À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 64/?
– Pegando ainda no tema do amor ao próximo, tal como nos é
aqui apresentado, lançaríamos o repto:
«Se, preocupando-nos apenas com dar de comer aos que têm
fome, de beber aos que têm sede, hospedar os estranhos, vestir os nus, visitar
os doentes e os encarcerados…, se ganha a vida eterna feliz e se evita o
castigo eterno (Mt 25,35-36)…, então, Homens de toda a Terra e do Universo, se
por aí os houver, Homens de todos os tempos, de todas as idades, passadas,
presentes e futuras, oiçam este Cristo, este Filho de Deus que tem de ser Deus
com Ele, oiçam a VERDADE de Deus…, porque o resto é fogo fátuo e se acaba
inexoravelmente com os nossos 80, 90, 100… mil anos de vida, que são nada -
NADA!!! ouviram bem? - perante a eternidade sem fim, ámen!… Vá! Comecem e já. É
que não sabemos “nem o dia nem a hora!” (Mt 25,13)»
Mas… não! Não vemos ninguém a acreditar… Não vemos que haja
tantos com fome que não sobre quem lhes dê de comer, nem tantos nus que não
sobre quem quisera vesti-los! Se todos o quisessem, teriam de lutar por um
pobre que lhes passasse à porta ou por um doente que estivesse sozinho no
hospital…
Voltamos à total confusão! Por um lado, encantam-nos as
palavras de Jesus. Por outro, não sabemos o que fazer com todas as
interrogações que tais palavras nos deixam na mente e no coração…
– “«O Filho do Homem vai ser entregue para ser crucificado.»
(…) Então, chegou uma mulher com um vaso de alabastro cheio de perfume muito
precioso. Ela derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus. (…) Vendo isto, os
discípulos ficaram com raiva e disseram: «Porquê este desperdício? Poderia ser
vendido bem caro para dar o dinheiro aos pobres.» (…) «Pobres sempre os tereis
convosco mas a Mim, não. (…) E em qualquer parte do mundo onde esta Boa Nova
for pregada, será contado o que esta mulher acaba de fazer.»” (Mt 26,10-13)
– Nós também já contámos… A acção é comovente… Não sabemos o
que moveu a mulher a fazer tal coisa. Mas parece-nos que não é lá muito
“divina” a resposta de Jesus…
A uma reacção natural dos discípulos, haveria respostas bem
mais educativas e razoáveis. Claro que não seria das melhores a disposição de
espírito de Jesus, naquela hora em que não lhe seria difícil adivinhar o que
lhe ia acontecer, dadas as provocações que tinha feito aos gurus religiosos da
época: a limpeza do Templo, o epítetos com que mimoseou fariseus, escribas e
outros, a cura em dia de sábado, etc. Mas isso não justifica a “pobreza” da
resposta…
De qualquer modo, podemos supor que JC estaria convencido de
ser o Messias, tendo por missão interpretar/cumprir as Escrituras, designando-se
não filho de Deus – apesar de dizer “Meu Pai que está nos Céus” – mas pela
enigmática expressão “Filho do Homem” e que teria de agir de modo a que tudo o
que as Escrituras diziam acerca do Messias se cumprisse nele.
E lembramo-nos do “cordeiro” que iria ser imolado, como
oferta a Deus em expiação dos pecados dos Homens. E lembramo-nos das imolações de
animais, no Templo, que eram costume na religião judaica e persistentes ao
longo de todo o Antigo Testamento. Aliás, na missa, ainda se reza: “Cordeiro de
Deus que tirais o pecado do mundo…”
Enfim, a irracionalidade e o total nonsense de pecados da Humanidade contra um Deus que deles precisa
de ser desagravado, imolando-se animais ou seres humanos… continua!
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