À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 27/?
(Referindo-nos ao texto bíblico antes publicado, repetimos o
último parágrafo:)
– Como é possível afirmar que o Reino do Céu – Reino que
afinal ninguém entendeu! - é só para alguns? Só “para… vós” - eles os
discípulos? Como? Pior: como pode JC dizer que fala por parábolas para que,
ouvindo, o povo não entenda? Como?!
E Jesus socorre-se de Isaías, parecendo querer “justificar-se”!…
Isaías que, aliás, refere a mesma injustiça! Pois quem realmente não quererá
ver nem ouvir para alcançar a felicidade na vida eterna? Quem? Tem é que ser
informado claramente e por quem sabe, apresentando provas credíveis; não,
obviamente, como Jesus o fez, por meio de parábolas, para que ouvindo-se não se
entenda e vendo-se não se perceba!
Parábolas que os apóstolos também não perceberam: “Explica-nos
esta parábola.” (Mt 15,15)
E que justiça humana - quanto mais divina! - é aquela de dar
muito ao que já muito tem e tirar o pouco àquele que já tem tão pouco? Mesmo
que seja simbólica tal afirmação e a respeito do caminhar para o Reino dos Céus
- que não se sabe realmente como é - onde a vontade de Deus e de Jesus, seu
Filho, de levar o maior número possível de Homens para esse Reino? Alguém
poderá responder?
Por aqui, nós seremos do grupo dos profetas e justos que
quisemos ver e não pudemos, quisemos ouvir e também não pudemos! Mas… -
pergunta plena de angústia emotiva! - porque podem e tiveram o direito de ver e
de ouvir, uns, e outros - certamente quase toda a humanidade - não podem, não
têm? Porquê? Onde fica aqui a divindade de Cristo que nos deixa nesta angústia?
Porque nos atira continuamente para o mistério?
É! Será mesmo muito difícil admitir - ou explicar - a resposta de Jesus:
“A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, a eles não.” É que
conhecer tais mistérios é a VERDADE de que andamos desesperadamente à procura!
E viemos exactamente ver se a encontrávamos em Jesus Cristo. Assim, com estas
palavras, NADA!…
Só nos resta perguntar se realmente os apóstolos ficaram
convencidos de que a eles “fora dado a conhecer os mistérios do Reino do Céu”…
– E ainda JC reincide: “Assim vai acontecer no fim do mundo:
os anjos sairão para separar as pessoas más das boas, lançando as más na
fornalha acesa. Ali haverá choro e ranger de dentes. Compreenderam todos estas
coisas? - Compreendemos sim!” (Mt 13,49-51)
– É difícil de acreditar que tenham sido sinceros os
discípulos, dizendo “Compreendemos!”. Mais parece aquela resposta mecânica, não
querendo assumir a “vergonha” da falta de capacidade para entender! Nós aqui,
não temos qualquer vergonha em dizer bem alto que não entendemos e ainda mais
alto que bem quiséramos entender porque nisto se joga toda a nossa vida terrena
em função da eterna, caso ela exista, como Cristo não se cansa de afirmar, seja
no Céu, seja no Inferno...
Enfim, continuemos apesar de nada entendermos das supostas
realidades apregoadas. Mas uma conclusão qualquer crítico tem de, forçosamente,
tirar deste atabalhoado de ideias de que JC é o protagonista:
JC nada sabia do
Reino dos Céus, nem da vida eterna, fosse ela nos Céus ou nos Infernos, a tal
fornalha acesa que também não sabia o que é! E, não sabendo, nega-se a ele
próprio como Filho de Deus, divindade que lhe foi atribuída, tornando-o num
qualquer humano que especula sobre o que não conhece.
A conclusão tirada é muito grave para a credibilidade da religião cristã. Mas outra, cremos não ser possível, dado aquilo que lemos e... ouvimos!
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