À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 29/?
– E… mais milagres! “Jesus viu grande multidão. Teve
compaixão deles e curou os que estavam doentes. (…) Jesus mandou que as
multidões se sentassem na relva. Depois tomou os cinco pães e os dois peixes,
ergueu os olhos ao Céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e deu-os aos
discípulos; os discípulos distribuíram-nos às multidões. Todos comeram, ficaram
satisfeitos e ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços que sobraram. O
número dos que comeram era mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres
e crianças.” (Mt 14, 14-21)
– Curar doentes, parece que não será “grande milagre”, já
que a ciência consegue explicar a maior parte das curas que antes não tinham
explicação e há alguns privilegiados dotados de poderes mágico-magnéticos ou
outros que tais, que conseguem “fazer milagres”, operando por exemplo, sem
anastesia, não permitindo nem derramamento de sangue nem que o paciente sinta
qualquer dor, e sendo capazes de localizar tumores e malformações só com o
poder da sua visão, tipo raio laser
que atravessa o organismo… É muito provável que JC tenha sido um desses
privilegiados. Mas este milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, excede
qualquer hipótese humana de realização-explicação!
Depois, ou é histórico ou não é! Tudo leva a crer que o
seja, pois Mateus é, na sua categoria de apóstolo, um vidente dos factos. E se
os factos não se passaram exactamente assim, porque iria ele alterá-los de tal
modo?
Também é de excluir a hipótese de Mateus se ter esquecido,
embora escreva cerca de 40 anos depois do acontecimento.
Que poderemos então concluir de tão estrondoso milagre, em
que com cinco pães e dois peixes se dá de comer a umas dez mil pessoas (homens,
mulheres e crianças) e ainda crescem doze cestos de pedaços de pão?
Aliás, que teriam feito a tais cestos de sobras? - também já
noutro contexto perguntámos.
E, embora pouco relevante, porque sobrou tanto? Não poderia
ter Jesus “feito melhor os cálculos”? O número doze faz lembrar as doze tribos
de Israel. Haverá certamente alguma significativa conexão.
O que é certo é que a intervenção divina, por meio de Jesus,
parece aqui não ter possibilidade de contestação…
Ah, se eu tivesse comido daquele pão e daquele peixe, assim
sempre a sair das mãos dos discípulos sem nunca mais acabar… É!… Como realmente
se daria, ali na prática, o milagre? Donde chegariam os pães? E donde os peixes
já bem cozinhados? Difícil de explicar, não é?!
Mas há uma pergunta perturbadora: Porque é que esta multidão
que “comeu” de tão estrondoso milagre, não acreditou suficientemente em Jesus
para, na hora em que O entregavam à morte, O vir defender?
Por outro lado, admitindo que esta acção revela poder
divino, teríamos então de rever todas as nossas interrogações anteriores e
concluir que a solução é tentarmos entendê-las, porque protagonizadas pelo
mesmo Jesus Cristo que multiplica assim pães e peixes…
É que se, por um lado, uma só acção de Jesus, tida por
divina, bastaria para confirmar todas as outras, também uma ou muitas acções do
mesmo Jesus, que nos deixam cheios de interrogações quando deveriam ser
respostas de certezas absolutas, causam suficiente apreensão e dúvidas do será-não-será
divino.
Só nos resta continuar, para tentar obter mais confirmações…
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