sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 233/?


À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. MATEUS – 29/?

– E… mais milagres! “Jesus viu grande multidão. Teve compaixão deles e curou os que estavam doentes. (…) Jesus mandou que as multidões se sentassem na relva. Depois tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao Céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e deu-os aos discípulos; os discípulos distribuíram-nos às multidões. Todos comeram, ficaram satisfeitos e ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços que sobraram. O número dos que comeram era mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.” (Mt 14, 14-21)
– Curar doentes, parece que não será “grande milagre”, já que a ciência consegue explicar a maior parte das curas que antes não tinham explicação e há alguns privilegiados dotados de poderes mágico-magnéticos ou outros que tais, que conseguem “fazer milagres”, operando por exemplo, sem anastesia, não permitindo nem derramamento de sangue nem que o paciente sinta qualquer dor, e sendo capazes de localizar tumores e malformações só com o poder da sua visão, tipo raio laser que atravessa o organismo… É muito provável que JC tenha sido um desses privilegiados. Mas este milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, excede qualquer hipótese humana de realização-explicação!
Depois, ou é histórico ou não é! Tudo leva a crer que o seja, pois Mateus é, na sua categoria de apóstolo, um vidente dos factos. E se os factos não se passaram exactamente assim, porque iria ele alterá-los de tal modo?
Também é de excluir a hipótese de Mateus se ter esquecido, embora escreva cerca de 40 anos depois do acontecimento.
Que poderemos então concluir de tão estrondoso milagre, em que com cinco pães e dois peixes se dá de comer a umas dez mil pessoas (homens, mulheres e crianças) e ainda crescem doze cestos de pedaços de pão?
Aliás, que teriam feito a tais cestos de sobras? - também já noutro contexto perguntámos.
E, embora pouco relevante, porque sobrou tanto? Não poderia ter Jesus “feito melhor os cálculos”? O número doze faz lembrar as doze tribos de Israel. Haverá certamente alguma significativa conexão.
O que é certo é que a intervenção divina, por meio de Jesus, parece aqui não ter possibilidade de contestação…
Ah, se eu tivesse comido daquele pão e daquele peixe, assim sempre a sair das mãos dos discípulos sem nunca mais acabar… É!… Como realmente se daria, ali na prática, o milagre? Donde chegariam os pães? E donde os peixes já bem cozinhados? Difícil de explicar, não é?!
Mas há uma pergunta perturbadora: Porque é que esta multidão que “comeu” de tão estrondoso milagre, não acreditou suficientemente em Jesus para, na hora em que O entregavam à morte, O vir defender?
Por outro lado, admitindo que esta acção revela poder divino, teríamos então de rever todas as nossas interrogações anteriores e concluir que a solução é tentarmos entendê-las, porque protagonizadas pelo mesmo Jesus Cristo que multiplica assim pães e peixes…
É que se, por um lado, uma só acção de Jesus, tida por divina, bastaria para confirmar todas as outras, também uma ou muitas acções do mesmo Jesus, que nos deixam cheios de interrogações quando deveriam ser respostas de certezas absolutas, causam suficiente apreensão e dúvidas do será-não-será divino.
Só nos resta continuar, para tentar obter mais confirmações…

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