À procura da VERDADE nos
Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
– 26/?
– O Reino dos Céus!… Agora, sim! Agora, Jesus vai
explicar-no-lo, “claramente” por meio de parábolas e alegorias… Alegorias,
parábolas e comparações certamente facilmente decifráveis, para serem por todos
entendidas.
Então, compara-se o Reino dos Céus “ao homem que semeou boa
semente no seu campo”, onde também nasceu joio; “ao grão de mostarda que é a
mais pequena das sementes mas quando a planta cresce, é a maior das árvores”;
“ao fermento que leveda toda a massa”; “ao tesouro escondido no campo” e
compra-se o campo para se ficar com o tesouro; “à pérola de grande valor”,
vendendo-se tudo para se poder comprar a pérola; “à rede que se lança ao mar e
apanha toda a espécie de peixes”, ficando os pescadores só com os bons peixes!
(Mt 13,18-48)
– Perceberam? Os discípulos também não: “Explica-nos o que
significa a comparação do joio.” (Mt 13,36). E o que são as “pessoas que
pertencem ao Reino de Deus”? E “as pessoas que pertencem a Satanás”? O que é
realmente o “fim do mundo”? O que realmente quer dizer: “O Filho do Homem
mandará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino (…) todos os que praticam o
mal, para os lançarem na fornalha acesa. Ali haverá choro e ranger de dentes
(…). Os justos de Deus brilharão como o Sol no Reino de seu Pai. Quem tem
ouvidos para ouvir, que ouça!” (Mt 13,38-43)?
– Ah quantas perguntas tal intervenção apocalíptica de Jesus
nos levanta!… Que fornalha acesa e quem a acenderá ou acendeu para nela
castigar os muitos milhões de seres humanos que já morreram? Quem terá olhos
para chorar e dentes para ranger? Sobre quem reinará realmente o Pai? Que tipo
de Reino? Que anjos? Se tudo isto é realmente o Fim Último do Homem, porque não
fala Cristo claramente?…
E onde a justiça divina, se o Céu é só para os… que têm
ouvidos para ouvir? Não é Deus que dá tais ouvidos? Porquê a uns dá e a outros
não? Condena a uns e a outros salva? Não nos venham dizer que somos nós que não
queremos ouvir, que somos nós que, pela nossa vida, rejeitamos a salvação! Não!
Nós só queríamos era ter certezas e não enigmas que ninguém sabe desvendar!
É: tudo parece estar tão eivado de humano - como constatámos
no A.T. - que a credibilidade divina se esfuma na penumbra do não-claro
entendimento. Não se esperaria muito mais de um Deus que vestisse a condição
humana? Não é Jesus Cristo este Divino-Humano, este Deus feito Homem, o Filho
de Deus ou Filho do Homem, como Ele gosta de se denominar?
As parábolas não deixaram os discípulos indiferentes:
“«Porque usas parábolas para falar com eles?» Jesus respondeu: «Porque a vós
foi dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não. Pois a quem tem
será dado ainda mais, será dado em abundância; mas àquele que não tem, será
tirado até o pouco que tem. É por isso que uso parábolas para falar com eles:
assim olham e não vêem, ouvem e não escutam nem compreendem. Deste modo se
cumpre para eles a profecia de Isaías: «É certo que ouvireis, porém nada compreendereis.
É certo que vereis mas nada percebereis. Porque o coração deste povo tornou-se
insensível. São duros de ouvido e fecharam os olhos para não ver com os olhos e
não ouvir com os ouvidos, não compreender com o coração e não se converter.
Assim, não podem ser curados.» Vós porém, sois felizes, porque os vossos olhos
vêem e os vossos ouvidos ouvem. Eu vos garanto: muitos profetas e justos
desejaram ver o que estais a ver e não puderam ver; desejaram ouvir o que
estais a ouvir e não puderam ouvir.»” (Mt 13,12-17)
– Quantas perguntas tal longo texto nos põe a bailar na
mente e… no coração! Quantas! Como é possível afirmar que o Reino do Céu –
Reino que afinal ninguém entendeu! - é só para alguns? Só “para… vós” - eles os
discípulos? Como? Pior: como pode JC dizer que fala por parábolas para que,
ouvindo, o povo não entenda? Como?!
Reino dos céus é um estado da mente. Entramos nele quando praticamos o amor que Cristo ensinou.
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