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Evangelhos
Evangelho segundo S. MATEUS
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– Muito também Jesus fala no Pai!: “Sejam perfeitos como
vosso Pai celestial é perfeito.” (Mt 5,48), “Já não tereis nenhuma recompensa
do vosso Pai que está nos Céus.” (Mt 6,1), “E teu Pai que vê o escondido,
recompensar-te-á.” (Mt 6,4), “O vosso Pai sabe muito bem do que precisais antes
de vós Lho pedirdes.” (Mt 6,8)
Tanto que até ensina a rezar: “Deveis rezar assim: «Pai
nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso
reino, seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu. O pão nosso de
cada dia nos dai hoje. Perdoai-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos
aos nossos devedores. E não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do
mal.»” (Mt 6,9-13)
E continua: “Se perdoardes (…), o vosso Pai que está no Céu
também vos perdoará. Mas se não perdoardes (…), o vosso Pai também não perdoará
os males que tiverdes feito. (…)” (Mt 6,14-15 e 18)
–“Pai que está no Céu”! A presença do Pai é avassaladora e…
intrigante! Que Pai é este para que sejamos perfeitos como Ele? Onde é o Céu em
que Ele está? E porque se escusou Jesus a mostrar o Pai aos apóstolos que tal
Lhe pediram, por também eles certamente não entenderem tal Pai? Nem tal céu?
Porquê?… (Jo 14,9)
Que a mensagem de Jesus apela para a perfeição no actuar
humano, não há dúvida! Mas… que Pai é realmente este Pai nosso de Jesus Cristo?
O Pai que vê tudo, que sabe tudo, que… perdoa se perdoarmos e não perdoa se não
perdoarmos?
– É Deus, claro! É Deus!… Mas, que Deus? O Javé-Deus do
A.T.? Aquele Javé tão apoucado pelos profetas, apresentando-no-Lo cheio de ódio
e de ira, vingador e terrível, o Senhor-Deus dos exércitos, contra os inimigos
de Israel, o único povo para quem era Deus e Senhor, ora protector ora
castigador?…
– Certamente que não! Mas parece que Cristo, apesar de todo
o seu poder, não pôde contradizer claramente as Escrituras… (Se o fizesse,
teria sido, logo ali, contestado, morto e trucidado, antes do tempo…),
afirmando categoricamente: “Não pensem que Eu vim abolir a Lei e os profetas.
Não vim abolir mas dar-lhes pleno cumprimento.” (Mt 5,17), embora introduzindo,
subrepticiamente, inteligentemente, alterações com o sentido louvável de
caminhar para a perfeição na actuação humana…
– Então, a cada versículo da famosa oração “Pai Nosso”,
poderíamos colocar uma questão: “Que Pai? Que Céus? Que Reino? Que vontade? Que
céu? Que pão, se não formos nós a ganhá-lo com o suor do nosso rosto, como nos
fadou o Génesis: «Comerás o pão com o suor do teu rosto!» (Gn 3,19)? Que
ofensas? Que tentações? Que mal?”
E ainda outras: “Que poder tem a oração? São os Céus, é Deus
que vem em auxílio de quem reza ou são as próprias palavras da oração e a Fé
que incentivam mente e corpo e… o Destino - quem sabe? - a encontrar a melhor
solução, a melhor saída, a ver a luz ao fundo do túnel?”
E ainda: “Porque é preciso rezar para que o seu nome seja santificado”?
E que “a sua vontade seja feita”? Que precisa Deus de nós?
Que presunção a nossa pensarmos que Deus precisa que…! Mais: se rezarmos tal
oração, Deus vai fazer com que o seu nome seja mais santificado e a sua vontade
mais bem “feita”?!…
Realmente, parece que invertemos totalmente as coisas…,
colocando Deus ali a depender de nós, da nossa oração…
Enfim: um non-sense
total, este “Pai nosso” de JC!
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