À procura da
VERDADE em EZEQUIEL
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- “Ele disse-me: Criatura
humana, põe-te de pé que Eu vou falar
contigo. (…) Então, pude ouvir Aquele
que falava comigo. Ele
disse-me: Criatura
humana, vou mandar-te a Israel, a esse povo
rebelde que se rebelou contra Mim.
(Ez 2,1-3)
- Não deixa de ser interessante este tête-à-tête de Ezequiel com
Deus. Pura
retórica literária? Puro simbolismo? Ou algum real
contacto com o divino,
através de uma visão? O que é certo é que
o “povo eleito de Javé”, tal como mais
tarde com Jesus Cristo, não
reconheceu Javé ou contra Ele se rebelou… Não foi
grande escolha
a de Javé! Aliás, refere logo de seguida:
- “Têm cabeça dura e coração de pedra.” (Ez 3,7)
- Então, porque os escolheste? Não haveria por esse
mundo fora,
melhor do que tal povo? Ou - como já dissemos inúmeras vezes –
todo leva a crer que foram eles que se auto-elegeram, não havendo
nenhuma
escolha-manifestação de Deus, o Deus vivo de Jesus
Cristo que se revelará bem
diferente deste Javé, sempre ardendo
em ira ora contra Israel que peca ora
contra os inimigos de Israel
porque o atacam.
- “As broas de
cevada que comeres, serão cozidas sobre fezes
humanas, à vista de todos. E
Javé completou: É desta forma que
a casa
de Israel comerá alimento impuro no meio das nações por
onde a espalhei. Então,
eu disse: Ah! Senhor Javé, eu nunca me
contaminei! Desde pequeno, nunca comi carne de animal morto
de morte natural ou
despedaçado por alguma fera. Até agora,
carne estragada nunca entrou na minha
boca. Javé respondeu-me:
Está bem.
Para cozeres o teu pão, deixo que uses bosta de vaca em
vez de fezes humanas.”
(Ez 4,12-15)
- Seja qual for o simbolismo deste texto, não deixa
de ser
repugnante! Não encontrou melhor Ezequiel para pôr na boca de
Javé?
Aliás, que diferença faria serem fezes de humanos ou de
vacas? O repugnante da
cena é tão sem sentido que difícil se torna
concebe-la como inspirada!…
- “Só assim derramarei a minha ira, vou satisfazer a
minha
indignação contra eles e Me darei por satisfeito. E quando tiver
derramado a minha ira contra eles, então ficarão a saber que Eu,
Javé, falei,
porque sou ciumento.” (Ez 5,13)
- Há quanto tempo não ouvíamos falar da ira de
Javé?! E do
seu ciúme face ao culto dos outros deuses?! Mas… não são
castigos a
mais aqueles que Javé dá ao seu “povo de cabeça
dura e coração de pedra”? Aliás,
como castigariam os outros
deuses os seus devotos e crentes?…
- “Vou fazer vir contra vós a espada, para destruir
os vossos
lugares altos. Os vossos altares ficarão destruídos (…) Eu farei
com
que os vossos habitantes, feridos pela espada, caiam diante
dos vossos ídolos
imundos. Porei os cadáveres dos israelitas
diante desses ídolos (…) Quando no
meio de vós começar a cair
gente morta pela espada, ficareis a saber que Eu sou
Javé. (…)
Então reconhecerão que Eu sou Javé, quando começarem a
aparecer as
vítimas da guerra no meio dos seus ídolos imundos.”
(Ez 6)
- Parece uma luta, não entre teístas e ateus, mas
entre um Javé
ciumento e os ídolos que cativam as crenças do povo. Porquê?
Não
se deviam condenar apenas as desumanidades que o
Homem em nome de Deus, Javé,
ou qualquer outro deus,
praticava, como o sacrifício de crianças para aplacar a
ira desses
deuses? Não é, ou não deveria ser, a religião - o ligar-se com o
deus da sua devoção - a única verdade que deveria interessar a
Javé e aos seus
inspirados, tais os profetas? Toca o ridículo
profundo esta luta titânica entre
Javé e os ídolos. Incompreensível,
simplesmente!
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