À procura da VERDADE no livro do Êxodo - 3
- E Javé
continua conversando com Moisés, tudo dispondo, tudo ordenando
até ao ínfimo
pormenor, como aliás havia feito com Noé, Abraão, Isaac,
Jacob… Assim,
continuamos a ser tentados a pensar novamente que foi o
autor que pôs na boca
de Javé aquilo que Moisés ia decidindo juntamente
com os anciãos do povo… Será
pura tentação ou… a realidade?! E assim,
Javé dá normas sobre a celebração da
Páscoa, a consagração a Javé dos
primogénitos de homens e animais, a festa dos
ázimos, o caminho através
do deserto… Depois - e já nos repetindo - isto de
comandar um povo
dizendo que é Javé que ordena e dá leis, será, sem dúvida,
muito mais fácil
e… mais eficaz!
- “Os
filhos de Israel partiram (…) eram seiscentos mil homens a pé sem
contar as
crianças…
- Esqueceu-se
o autor dito sagrado (ou Javé por seu intermédio?!) das mulheres!
Uma falha
imperdoável!...
- … (…) A
estada dos filhos de Israel no Egipto durou quatrocentos e trinta
anos. (…)
Acamparam (…) à beira do deserto. Javé ia à frente deles: de dia,
numa coluna
de nuvem (…), de noite, numa coluna de fogo (…)”
(Ex 12,37;13,20-21)
- E, sempre
que é preciso, há milagre! O primeiro, o mais espectacular
talvez de toda a
Bíblia, acontece precisamente aqui, neste momento!
“… ergue a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o ao meio para
que os filhos de Israel passem a pé enxuto. Eu endureci o coração dos
egípcios
para que vos persigam. Assim, mostrarei a minha honra,
derrotando o Faraó e o
seu exército, com os seus carros e cavaleiros.
(…) Os egípcios ficarão a saber que
Eu sou Javé. (…) Moisés estendeu a
mão sobre o mar (…): o mar ficou seco e
as águas dividiram-se em duas.
Os filhos de Israel entraram pelo mar a pé
enxuto. (…)” (Ex 14,16-22)
- E outro
se segue a este ou prossegue-o. É que “Javé endureceu o coração
do Faraó, rei
do Egipto e este perseguiu os filhos de Israel (…)” (Ex 14,8)
“Estende a mão sobre o mar e as águas
voltar-se-ão contra os egípcios, seus
carros e cavaleiros. As águas
voltaram (…) e nem um só deles escapou. (…)
Então o povo temeu a Javé e acreditou
nele e no seu servo Moisés.”
(Ex 14,26-31)
- Tremenda
esta luta entre Javé e o Faraó! Mas… desigual!!! Contra milagres,
quem poderá
vencer? Quem poderá vencer a força de Deus? Mas - mais
uma vez perguntamos -
que de verdade divina haverá em tamanho milagre?
Que “gozo” - ou necessidade -
tinha Javé de exercer assim o seu poder?
Para que acreditassem nele? E teriam
os egípcios acreditado? É que os israelitas
acreditaram, mas apenas durante
algum tempo, i. é, até começarem a ter
fome e… sede, no deserto. Valeu então a
pena tão grande milagre? Isto sem
nos interrogarmos sobre a veracidade
histórica de tamanho feito! Mas isso é…
outra história!
- Depois,
que “honra” tinha Javé a defender? Perante quem? Não é o Homem
que defende a
sua honra manchada, no sangue e na guerra?…
- E ainda:
é simbólico ou real Javé ter endurecido o coração do Faraó? Que
liberdade de
agir tem um homem a quem Deus endurece o coração?…
Nota:
Recentemente, descobriram-se duas realidades
que parecem ter alguma
importância em relação a esta narrativa bíblica. A
primeira é que se vislumbrou,
na possível travessia do Mar Vermelho pelo povo
hebreu, depois de
percorrido um trilho através da montanha, uma língua de areia
que, na maré
vazia, fica a descoberto, permitindo a passagem para a outra
margem.
A segunda é que se acharam ali, naquele fundo de mar, algumas rodas
que,
por serem de oiro, certamente pertenceram ao dito faraó. Só não se sabe –
ou
se explica – como é que as supostas charretes do faraó transpuseram o
desfiladeiro montanhoso que dá acesso àquele local, local certamente
conhecido
de Moisés. No entanto, estes dados em nada comprovam o carácter
divino que se
atribui ao facto. Logo, mais uma efabulação do autor desta crónica.
Hoje, é dia 13 de Maio! Dia de Nossa Senhora de Fátima! E, mais uma vez, o Santuário se encheu de peregrinos. Uma voz sacerdotal anunciou aos microfones que estariam cerca de 100 grupos registados, grupos vindos de uma vintena de países. Uma glória! Um feito, sem dúvida! A Fé não só move montanhas, mas também move muitos peregrinos, apenas turistas uns, certamente crentes ou devotos a maior parte. Antes, pelas estradas de Portugal, muitos peregrinos foram caminhando, fazendo chagas nos pés, já não sentindo, aproximando-se do Santuário, ancas, pernas e pés: foram muitos os quilómetros percorridos! Mas, contentes, felizes! Ora, não é a felicidade que importa? Que importa que tudo esteja baseado em falsidades - como já provámos aqui em textos anteriores? (Maio de 2011) Que importa que um florescente negócio circule o Santuário, em hotelaria, restaurantes, lojas de souvenirs, velas e santinhos e senhoras de Fátima e pastorinhos (estes tão queridos tristes)? E que a Igreja faça centenas de milhares em ofertas, esmolas, pagamento de promessas à Virgem? - Realmente nada! Então, haja crentes, haja Fé, haja negócio! Tudo em nome de Deus! Sempre é melhor do que a Jiihad islâmica onde a morte de inocentes está sempre presente. Só não se pode deixar de condenar vivamente o aceitar, por parte do clero, daquelas promessas que os peregrinos fazem de rastejar à volta da Capelinha das Aparições. Um escândalo que deveria envergonhar a Igreja. Vergonha? Mas a Igreja não vive e floresce por vender fantasias de Céus e infernos inexistentes? E, neste caso, vender aparições da Virgem, Virgem que, se teve um filho, não o foi e, claro, nunca apareceu por sobre uma azinheira na Cova da Iria?
ResponderEliminar(Rappel)
ResponderEliminarCaríssimos leitores,
Sei que o Google exige a abertura de uma conta para que possam fazer aqui comentários. Como é sempre desagradável ter que "fazer essa coisa" cujos fins nem sempre são claros, certamente daí, a falta de comentários aos textos que, por aqui vamos publicando. Mas há uma maneira fácil de contornar a situação:
1 - Enviam o comentário para o meu mail
2 - Eu publico-o aqui, referindo o nome da pessoa - caso não se importe - e darei uma simpática resposta.
Fácil, não é? Então, dêem largas à vossa emoção e contestem ou louvem tantas "verdades" que tentamos apresentar "Em nome da Ciência", isto é, com análise crítica dos fenómenos religiosos que, de algum modo, comandam o mundo.
A todos os que quiserem colaborar, os meus sinceros agradecimentos.
Email:
fr.dom@netcabo.pt