do mar, é hora de alegria e… de louvor a Javé: “Vou cantar a Javé, pois
a sua vitória é sublime: Ele precipitou no mar, carros e cavalos. Javé, a
minha força e o meu canto, Ele foi a minha salvação. Ele é o meu Deus:
eu O louvarei; (…) Javé é um guerreiro, seu nome é Javé.” (Ex 15,1-3)
- Que Deus
é este que tem sede de vitória e necessita de esmagar
os seus inimigos que são
apenas os inimigos do povo de Israel? Javé
é um “guerreiro”? Que tremenda
confusão a deste autor sagrado!
- Mas não é
só guerreiro. É também “terrível em poder”, “aniquila o
inimigo” “abates os
teus adversários, desencadeias a tua ira”. E
ainda: “terrível em proezas, autor
de maravilhas”. (Ex 15,6-11)
- A alegria
é tão grande que o autor até introduz uma mulher já de
elevado estatuto social
- profetisa!: “A profetisa Maria, irmã de Aarão,
pegou num tamborim e todas as
mulheres a seguiram, formando coros
de dança. E Maria entoava: Cantai a Javé, pois a sua vitória é sublime:
Ele precipitou no mar carros e cavalos.”
- Os
problemas vêm agora aí! Primeiro, a sede…, depois, a fome. Os
murmúrios do povo
contra Moisés fazem-se ouvir. Mas… lá está Javé! E
logo a água amarga se torna
bebível e “Farei chover para vós pão do céu:
o povo sairá para recolher a
porção de cada dia para que Eu o experimente
e veja se observa a minha lei ou
não. (…) Eu escutei as murmurações
dos filhos de Israel. Diz-lhes que comerão
carne à tarde e, de manhã, se
fartarão de pão. Assim, ficarão a saber que Eu
sou Javé seu Deus.” (Ex 16,4-12)
- E, de tarde, vinham as codornizes
“oferecerem-se” em alimento e de
manhã, era o orvalho que se transformava em pão!
Mas tudo medidinho
por pessoa, conforme ordem de Javé. Todos os dias, sendo a
dobrar à sexta-feira,
para dar para o sábado. “É Javé quem vos dá o sábado (…)
E no sétimo dia, o
povo descansou.” (Ex 16,13-30)
- O povo
descansa e… Javé também, que isto de fazer milagres todos
os dias de carne e
pão seria tão ou mais cansativo que a criação do
Génesis!… Até porque “Os
filhos de Israel comeram maná durante quarenta
anos, até chegarem a uma terra
habitada (…) fronteira de Canaã.” (Ex 16,35)
- É ou foi
muito tempo a comerem, assim, por milagre, não é!!!… E, da
narrativa, algo se
torna óbvio: tanto milagre, tanta intervenção de Javé,
colocando o “seu” povo à
prova, tantos anos no deserto…, por ser tudo
tanto, a narrativa perde qualquer
credibilidade – se é que, mesmo
sendo pouco, alguma tivesse! – afigurando-se-nos,
com bastante certeza,
que foi mais uma fantasia do autor apelidado de sagrado muitos
séculos mais tarde.
Sem comentários:
Enviar um comentário