INTRODUÇÃO V
Livro da VERDADE
- “Este é um livro de
verdades absolutas, de verdades para todas as gerações.
É o livro da VERDADE!
(…) de certezas eternas, garantidas por Deus.”
- lê-se na Introdução à 3ª
edição da Bíblia, da Ed. Paulus.*
Verdade? Nós
temos apenas uma verdade absoluta: num dado momento
do tempo, nascemos e logo
noutro dado momento morremos. O resto… é
a VERDADE de que necessitamos. E esse
resto é tanto! É… praticamente
tudo! É que uma curta vida como esta não tem
sentido se não se prolongar
para além dela mesma. E… como se prolonga? Apenas
na matéria…
eterna? E que eternidade? Uma eternidade indiferenciada ou uma
eternidade
em que cada indivíduo continua mantendo a sua própria
individualidade? E
com que espírito? Ou… com que corpo? E onde? Num céu, no tal
Reino
dos Céus de tanto agrado de Jesus Cristo? Ou num inferno, também não
poucas vezes referido pelo mesmo Jesus Cristo? E como se alcança?
- É desta
VERDADE que andamos à procura. Será que a encontramos? Será
que a Bíblia tem
respostas ou… a RESPOSTA? - voltamos a perguntar.
- Mas terá de
ser uma resposta que todos entendam e… claramente! Tanto
mais claramente quanto
mais for uma resposta divina, venha-nos ela
dos profetas ou do próprio filho de
Deus, Jesus Cristo! Ainda se fossem
humanos a escrever, poderia admitir-se
alguma penumbra, alguma
confusão, algum obscurantismo na expressão das ideias.
Agora Deus?
Deus que pode tudo, sabe tudo, conhece as limitações de todos e
cada um, tem que dizer as coisas tão claramente que a ninguém, a
nenhuma razão
restem dúvidas do que realmente lhe acontece, nos
acontece, depois da morte!…
O que
aconteceu antes de existirmos pouco ou nada importa. Importa
é o “durante e o
“depois”. “Durante” para saber como alcançar o “depois”…
E, para tanto, é
necessário saber, sem dúvidas, que “depois” é esse! E esse
“depois” não vemos
que possa ser outra coisa senão o céu ou o inferno ou…
simplesmente NADA!!!
- Se é NADA,
então gozemos a vida à vontade, comendo, bebendo, rindo,
amando, deixando-nos
levar pelas inefáveis forças do prazer e da beleza
que, mesmo assim, terão de
ser controladas porque os nossos limites
impõem-nos que “in medio, virtus”, que saber usar os limites é a melhor
maneira de
ter o máximo de prazeres. Realmente, que te importa ter um
prazer até para além
dos limites se, com ele, perdes a própria vida e,
perdendo-a, perdes tudo e
todos os outros pequenos prazeres do comezinho
quotidiano? Objectivo máximo ou
único seria: procurar em tudo e em todos,
o prazer de viver. A cada um, a forma
de o descobrir, a cada momento de
vida, em cada circunstância, em cada lugar,
em cada tempo! E continuaria
a haver o prazer físico do comer, beber, fazer
amor… e o espiritual do
olhar o céu e os pores do Sol e a beleza, inebriando-te
de sonhos em que
corpo e alma se envolvem tanto que já não saberias se estavas
gozando
fisicamente ou espiritualmente… Depois…, vem a morte e com ela…
o NADA,
o esquecimento total e absoluto perante o mundo e o Universo se
quiseres e…
perante nós mesmos que de nós deixamos de ter consciência.
Acabou-se
completamente tudo! E alguém ainda dirá, por pouco tempo
embora: “ No tempo de
tal, existiu um tal que fez isto ou inventou aquilo…”
Depois… é o eterno
esquecimento!
- É! Isto não
deixa de ser estranho! Aparecemos num dado momento do tempo
e, sem escolha,
depara-se à nossa frente uma eternidade, assemelhando-nos -
como já uma vez
dissemos - a uma semi-recta: com começo e… sem fim!
É… muito estranho! Ou… é um
apaixonante mistério?
- E o mais
interessante é que o que se passa connosco passa-se com qualquer
ser vivo, com
qualquer ser inanimado, do átomo às estrelas, ao próprio
Universo!
- Também com
o próprio tempo? A tentação de termos tudo o existente
- espaço e tempo - como
categorias de uma eternidade infinita - tudo
existindo num espaço sem limites -
é grande! E não será mesmo assim?
Não será o tempo percebido por nós apenas
porque nos apercebemos de
um “antes” e de um “depois”, para as coisas, em
perpétuo movimento
que realmente não sabemos onde começou e onde vai acabar?
Aliás,
porquê querer um princípio? Porquê querer um fim? Porque não considerar
tudo existindo desde sempre - eternidade - mas em contínua transformação,
sempre se movendo, sempre evoluindo ou voltando ao mesmo, de diverso em
diverso, ocupando espaço que o é só porque percepcionamos as coisas e nós
mesmos com um certo volume diferenciado? Mas, bem aprofundadas as coisas,
só
temos volume porque nos percepcionamos com X dimensões, pois, na
realidade,
somos conjunto de moléculas e de átomos, como o ar que nos
envolve, como o
espaço inter-estelar… E como ser “infinito” e “eterno”
são prerrogativas de
Deus…
- Quem nos
poderá responder? Que Deus, ou melhor, Deus não poderá
revelar-no-lo? Ou - que
outra tentação! - não será tudo, tudo, - e nós também -
o Deus que tanto
ambicionamos conhecer? Não teremos a RESPOSTA
em… nós?!!!
- Se é céu ou
se é inferno, aí…
- Aí, temos de
acreditar em Jesus Cristo. Haverá alternativas ou melhores
fontes que os
Evangelhos? Mas Jesus Cristo não é nada meigo! Não
contemporiza! Embora perdoe
a Maria Madalena, dizendo-lhe: “Vai e
não voltes a pecar.” E… tantas outras
coisas! Lá iremos, mais tarde. Até
lá,… goza a vida o melhor que puderes mas…
não te esqueças de olhar
o céu!!!
- É que se o
objectivo da vida é apenas o prazer, o prazer e viver… não é
apoucado objectivo?
Quando chegares ao termo dos teus dias e espremeres o
conteúdo em que os
ocupaste, que encontrarás? - Uma mão-cheia de coisa
nenhuma… Tudo consumiste na
voracidade da procura do prazer! E este,
mal se goza, logo ali se acaba sem
nada deixar a não ser o desejo de se ter
mais, até ao dia em que já nada há
para se desejar… Excepto se foi o
prazer de dar, de te dares, de te
solidarizares, de te entregares à vida
dos outros. Aí… Mas não nos alonguemos
mais. Senão não paramos de nos
questionar e de… infernizar as nossas vidas. Se
calhar, tem mesmo de haver
um céu e um inferno! Céu para os que tiveram o
prazer de dar… Inferno
para os que só pensaram em receber… Mas uma eternidade a
compensar ou a
castigar uma vidazita de apenas os tais setenta, noventa ou cem
anos, num
dado tempo e num dado lugar? Assim sendo, onde nos levaria tal
realidade?
Se a luz não vier com estas antigas Escrituras, esperemos por Jesus
Cristo.
Acreditemos que Ele será a RESPOSTA!
- Vamos então,
à procura da VERDADE na Bíblia do Antigo Testamento!
A Bíblia que precedeu e
anunciou aquele que disse: “Eu sou o caminho,
a VERDADE e a vida.” Que
revelações teremos? O que nos será dado
entender por esse Deus que dizem tê-la
inspirado?
- Só uma coisa
mais: Que dizer da afirmação: “(…) certezas eternas,
garantidas por Deus”? Quem
ousa garantir em nome de Deus, seja o que for,
a não ser o próprio Deus? Que
fundamento têm estas garantias a não ser a
garantia da fé? Então,…
NOTA:
As introduções
e notas referidas ao longo do livro, são as da versão da Bíblia, da
Sociedade
Bíblica Católica Internacional, PAULUS 1993.
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