Texto 2/?
– Ninguém entenderá como é
que Jesus não conseguiu convencer totalmente os apóstolos das suas
ideias/afirmações acerca do Céu, do Inferno e do Reino de Deus, eles que viram
tantos milagres e privaram tão intimamente com Jesus, durante três anos,
necessitando ainda de um Espírito Santo para os confirmar na Fé! Se eles, que
tudo viram e tanto ouviram, precisaram de um Espírito Santo, de quantos
precisaremos nós, já não digo para nos fortalecermos na Fé, mas simplesmente
para termos… Fé?! Quantos?…
Lendo os Actos, deparamo-nos
com uma frenética actividade dos apóstolos, sobretudo de Pedro, João e Barnabé,
aos quais se juntou Paulo, após aquele rocambolesco “milagre”, na sua ida
para Damasco para prender cristãos, em que Jesus lhe aparece, dizendo-lhe:
“Saulo, Saulo, porque me persegues?”
Ora, durante essas actividades
de pregarem a Jesus ressuscitado, o que é que sobressai? – Milagres, muitos
milagres! Rivalizando com o próprio Cristo: são curas e ressurreições em
catadupa. Por onde eles passavam ressuscitavam mortos e curavam todos os
doentes que lhes traziam.
Paulo também se verá inserido em tal contexto de milagres, além de pregar
e escrever cartas aos gentios que ia convertendo e às comunidades de cristãos
que ia formando e cimentando: romanos, gálatas, efésios, etc.
Vamos então a alguns pormenores mais
interessantes.
Depois de mais uma vinda do
Espírito Santo, como vimos – e parece que, afinal, bem precisavam dele: “É
agora, Senhor, que vais restaurar o Reino de Israel?” (Act 1,6)…, Jesus lá
subiu aos Céus (Act 1,9) e houve a substituição do malfadado traidor Judas pelo
justo Matias (Act 1,21)
Foi assim a visita do
Espírito Santo, no dia de Pentecostes: “Veio do céu um barulho como o sopro de
um forte vendaval”… “e os apóstolos começaram a falar, entendendo-os o povo,
cada um na sua própria língua, invocando Pedro o AT (Joel 3,1-5) (Act 1,2,6 e
17).
– Onde o inculto pescador
Pedro terá aprendido Joel não sabemos. Mas como todo o aparato da vinda do
Espírito Santo carece de credibilidade, o autor deve ter ido às fontes…
– E começam os milagres: “Não tenho ouro nem prata, mas vou dar-te o
que tenho: em nome de Jesus Cristo, levanta-te e caminha”, diz Pedro ao coxo de
nascença que estava à porta do Templo, esmolando. (Act 3, 1-9)…
E mais uma vez o Espírito Santo: “Quando terminaram a oração,
estremeceu o lugar e todos ficaram cheios do Espírito santo…” (Act 4,31)
– Não sabemos o que dizer. É que tudo o que mete espíritos não merece
credibilidade, pois não há como provar a sua veracidade.
– Os milagres continuam em catadupa: “Ananias caiu no chão e morreu…
Safira caiu aos pés de Pedro e morreu... Muitos sinais e prodígios eram
realizados entre o povo pela mão dos apóstolos... E todos eram curados…” (Act
5, 5-16).
– Quem pode acreditar em tais histórias e que tudo ou algo daquilo
tenha sido real?... Depois – perdoem-me todos os crentes – as duas mortes são
de bradar aos Céus por justiça, bondade e sensatez. Pois o pobre do Ananias foi
assassinado por Pedro – milagre! – por ter vendido o seu terreno e só ter
entregado metade do produto da venda aos apóstolos, mentindo – pasme-se! – a
Deus! E a pobre da Safira, mulher de Ananias, sofreu o mesmo castigo pela mesma
causa. Isto é: «Ai, mentiste? Então, morres!» Linda religião! Lindo amor de
Deus! Lindo perdão! Faz-nos lembrar, 600 anos mais tarde, Maomé que fez o
mesmo: “Ou te convertes ao Islão, ou morres!” e os nossos descobridores que,
numa mão a cruz e noutra a espada, diziam o mesmo aos índios do Brasil. Mas,
actualmente, os muçulmanos continuam com a mesma filosofia: “Todos os que não
se convertem ao Islão, devem morrer!”
– Conclusão: o autor dos Actos, para atingir os objectivos de fazer acreditar os iniciantes cristãos, inventou todos aqueles milagres, mesmo os asquerosos e repugnantes como os citados. Mas esqueceu-se que, perante futuros leitores, perderia toda a credibilidade...
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