Afinal, quem sou eu?
Fui criada no acto da
“concepção”, simultaneamente com o corpo que me suporta e que eu animo, sendo
completamente interdependentes: ele não vive sem mim, eu não vivo sem ele.
E, assim como aparecemos em
acto simultâneo, em acto semelhante iremos desaparecer. Para sempre… E como se
nunca tivéssemos existido… Uma passagem no Tempo, passagem que aconteceu por
puro acaso, no turbilhão dos modos de vida que inundam planetas onde ela seja
possível, com esta forma, a única que conhecemos… (Haverá outras? Quem sabe o
que se passa nesses desconhecidos infinitos e eternos Espaço e Tempo?)
Foi no planeta Terra! Foi neste
Tempo! Poderia ter sido há um milhão de anos ou daqui a um milhão de anos. Mas
não: para o humano de hoje, FOI AGORA, durante cerca de 100 anos, nos anos
2000… E outra oportunidade jamais lhe será concedida. Ou a aproveita ou perde-a
para sempre…
Nos humanos, eu sou
inteligência emocional e racional; eu sou linguagem, música, ritmo, matemática;
eu sou Ciência, curiosidade, AMOR, mas também ÓDIO, ternura e violência,
sagacidade e… estupidez, generosidade e egoísmo, altruísmo e avareza. Querer!
Desejos… muitos desejos! De
lutar por um mundo melhor, ou apenas por uma vida melhor, por alcançar um amor,
uma fortuna, uma riqueza… Ambição, quantas vezes desmedida que leva à perdição…
Construtora de ideais
inalcançáveis, de sonhos irrealizáveis, de desejos proibidos…
Muito de tudo isso,
provocado, incentivado pelo corpo que me sustenta e que eu animo, dirijo,
comando… mas que se me apresenta com tantas
exigências e necessidades, santo Deus!
Só uma pena me existe: TER DE
ACABAR ALI TÃO "CEDO", COM ESTE CORPO QUE, INEVITAVELMENTE, ENVELHECE, SE DEGRADA,
FORÇOSAMENTE SE ACABANDO, UM DIA, ARRASTANDO-ME COM ELE.
Enfim: partilhámos a mesma
aventura de VIDA, no nascimento e… no DESAPARECIMENTO ETERNO! Porque
pertencemos ao Tempo!
Mas é um lamento pouco
inteligente! Afinal, porque ter o desejo de se ser ETERNO se sabemos de certeza
absoluta que isso é impossível para qualquer ser que pertence ao TEMPO? Ser que,
um dia, começou?...
Nesse dia, diremos ainda, com
o sorriso possível: ADEUS! ADEUS! ADEUS!
Até lá, é VIVER, VIVER, VIVER
E… SORRIR ou RIR a plenos pulmões de toda esta saga de VIDA que nos continua
benevolamente acontecendo…
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