Tema de reflexão:
“Da irritante contumácia dos números que arrasam a
nossa capacidade de percepção, à inenarrável beleza/mistério do ADN” – 1/2
Os números universais que
avassalam a mente humana que consegue construí-los e, em parte,
percepcioná-los, não deixam de ter tanto de beleza como de perplexidade.
É que, ora nos levam para descomunais
dimensões, indo do átomo ao Universo ou… Pluriversos, tudo se movendo num Espaço
que aponta o infinito…, ora nos reduzem à nossa mais insignificante
insignificância, arrasando todo o nosso possível orgulho de pensarmos que já
sabemos muito sobre a matéria e a energia que se revelam em movimento e em
VIDA, nessas descomunais dimensões, quer temporais quer espaciais!
Dos números:
Apenas, os mais
significativos:
1 – Na Terra, que existe há
cerca de 4.5 mil milhões de anos:
1.1 – Milhões de milhões de milhões de milhões… de átomos
que compõem a matéria existente, animada e inanimada, toda ela energizada em
acto ou em potência.
1.2 – Milhões de milhões de formas de VIDA, tendo começado
a existir há cerca de 3.5 mil milhões de anos, e nas quais se veio muito
recentemente, e por evolução, (há apenas c. de 5 milhões de anos) incorporar a
espécie humana, espécie que ronda os oito mil milhões de indivíduos,
actualmente.
1.3 – Milhões de milhões de átomos e moléculas que compõem
cada exemplar das espécies vivas mais sofisticadas. No Homem, só o seu cérebro
é composto por cerca de cem mil milhões de neurónios e suas sinapses. Um
assombro de “tecnologia” pensante, emocionante, dialogante, dançante…
2 – No Universo, que existirá
há cerca de 13.7 mil milhões de anos, aceitando-se como válida a teoria do Big
Bang:
2.1 – Em relação a toda a
matéria que compõe o Universo, a Terra é um minúsculo pontinho, planeta de uma
estrela que dá pelo nome de Sol, na Galáxia Via Láctea que terá mais de 100 mil
milhões de estrelas semelhantes a esse Sol, havendo nela estrelas que têm uma
massa centenas de vezes superior, tendo, dentro das dezenas já identificadas, a
maior – a VY Canis Majoris que fica na constelação de Cão Maior – 2100 vezes o
diâmetro do Sol. Uma enormidade de luz e calor!
2.2 – O Universo conhecido é
composto por milhões de Galáxias semelhantes à Via Láctea, cada uma comportando
milhares de milhões de estrelas: Andrómeda – a mais próxima da Via Láctea, a
dois milhões de anos-luz de distância – terá o dobro de estrelas, ignorando-se
completamente a sua composição interna, a nível de estrelas e seus planetas,
potencialmente cheios de VIDA, com formas semelhantes às que conhecemos na
Terra.
2.3 – Outros astros – número totalmente
desconhecido! – compõem o Universo pretensamente conhecido ou… observável:
cometas, nebulosas, constelações, buracos negros (supondo-se que os centros das
Galáxias o sejam)... E dizem os entendidos que este Universo
observável/estudável, porque visível, sendo luminoso, representará apenas 4 a
5% de toda a matéria/energia que compõem o Universo total, sendo a restante
matéria “escura” por não visível. Inconcebível grandeza! Impossível de
conceptualizar, tanto em números como em espaço ocupado! Um total MISTÉRIO que
duvidamos que alguma vez o Homem consiga desvendar.
2.4 – Também as distâncias
entre astros são absolutamente inconcebíveis, embora se possam calcular com
aproximação, analisando a cor da luz irradiada, indo do azul para o vermelho.
Tudo medido em anos-luz. Já referimos a distância entre a Via Láctea e
Andrómeda: dois milhões de anos-luz; e para ir de uma ponta à outra da Via
Láctea, seriam necessários cem mil. Para gáudio do olhar, traduzamos em zeros:
100.000 x 9.460.800.000.000 Kms (1 ano-luz) = 946.080.000.000.000.000 Kms
(sendo 1 ano-luz = 300.000Kms/s – velocidade da luz – x 60 s x 60 m x 24 H x
365 d = 9.460.800.000.000). Aliás, em termos humanos, e atendendo à sua massa
corporal que apenas suporta, e em condições especiais, velocidades a uns
milhares de kms/h, estamos mesmo perdidos no Universo: a estrela mais próxima
do Sol, a Próxima Centauri, que não sabemos se tem planetas habitáveis, está a
4 anos-luz, ou seja, c.36 triliões de Kms.
Ó meu Deus, o que seria para
um humano, viajar à velocidade da luz e levar cem mil anos para atravessar a
Galáxia, Galáxia onde um dia apareceu, dispondo ele apenas umas décadas de anos
de vida! Como nos sentimos reduzidos à nossa tão insignificante insignificância!
Só nos resta sentir que somos/existimos e –
fantástico! – que somos capazes de pensar tudo isto…
No entanto, sejamos
realistas: o Homem, composto de matéria orgânica pesada, nunca poderá pensar
deslocar-se à velocidade da luz. Mesmo que, pela Física Quântica, se transforme
em energia pura, perdendo toda a massa, reconstruindo-se, depois, num qualquer
outro lugar do Universo. Obviamente, impossível de concretizar. E já alguém
“aventou”, brincando, a hipótese de, uma vez transformado em energia pura, viajar
à velocidade do pensamento…
Enfim, talvez, devido à
capacidade do cérebro humano em descobrir segredos da matéria, cérebro que está
em contínua evolução, daqui a mil ou dois mil milhões de anos, o humano seja
capaz de conceber e realizar tal projecto… e espalhar-se como ser vivente por
esse Universo cujo fim se desconhece totalmente, antes do fim da vida da Terra
– 4.5 mil milhões de anos – fim anunciado com o acabar do Sol que, nessa data,
terá esgotado toda a sua massa ardente de hidrogénio.
Estamos convencidos, já que o
Universo está em expansão contínua, que um dia chegará ao ponto de ruptura e
regressará à “bola inicial” para um novo Big Bang, alimentando-se um ciclo
infinito de Big Bang-Big Crunch.
Na verdade, a realidade é que
tudo se move e continuadamente, sem haver sequer um momento de paragem. Do
átomo ao micróbio, ao animal, à planta, à estrela, à galáxia, ao Universo. Tudo
se transformando, nada se perdendo porque não teria lugar onde ficar, tudo
parecendo ir do mesmo ao semelhante ao mesmo, mas nunca igual, através do
Diverso. Nós também, metidos que estamos nesta fantástica e misteriosa
engrenagem.
Então, o grito para o SER
humano inteligente será:
CARPE DIEM! GOZA BEM CADA MOMENTO DA VIDA QUE É SEMPRE ÚNICO E IRREPETÍVEL! SE O PERDERES,
PERDE-LO PARA SEMPRE…
Pedimos desculpa de referir números já tão conhecidos. É que, apesar de conhecidos, continuam a deixar-nos completamente perplexos.
ResponderEliminarNúmeros impressionantes! Um excelente momento de reflexão, mal posso esperar pela 2a parte.
ResponderEliminarSegunda parte publicada e já com comentários interessantes. Podes também deixar a tua opinião e manifestar o teu deslumbramento...
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