À procura da
VERDADE nos livros Sapienciais
O ECLESIÁSTICO – 5/15
-… “O princípio de todo o pecado é o orgulho. (…)
Não te
consideres sábio (…), conserva a tua honra com modéstia (…),
não elogies
um Homem pela sua beleza (…), não te envaideças
com as roupas que usas (…), não
critiques antes de verificar (…),
não respondas antes de ter ouvido (…), não te
ocupes com
demasiadas tarefas (…). Há quem enriqueça à custa de privações
e
economias (…); quando pensa que já pode descansar e
aproveitar os seus bens,
não sabe que vai chegar o tempo de
morrer e deixar tudo para os outros.” (Eclo
10,6-28; 11,2-19)
- Tudo… verdade para uma boa conduta de vida! O
último
lamento já o disseram Job e Coélet, no Eclesiastes. Ah, se todos
os Homens
inteligentemente se convencessem de que vão cá
deixar tudo, no momento da
partida… Seriam muito mais felizes
e mais justos para com o próximo, porque não seriam escravos
da sua ambição desmedida.
e mais justos para com o próximo, porque não seriam escravos
da sua ambição desmedida.
- “Se fizeres o bem sabe a quem e assim terás
recompensa pelos
benefícios que fizeste. (…) Faz bem ao pobre mas não dês nada
ao injusto. Recusa dar-lhe pão e não o ajudes em nada (…) O
próprio Altíssimo
detesta os pecadores e inflige aos injustos o
castigo que eles merecem.” (Eclo
12,2-6)
- Jesus Cristo corrigirá: “Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu
próximo e odiarás o teu
inimigo! Eu porém, digo-vos: Amai os
vossos inimigos (…) Assim, tornar-vos-eis filhos do Pai que está
no Céu, porque
Ele faz nascer o Sol sobre maus e bons e cair a
chuva sobre justos e injustos.
Pois se amais somente aqueles que
vos amam, que recompensa tereis?” (Mt
5,43-46) Quase que nos
apetecia dizer que, em 200 anos, Deus mudou de ideias!…
Aliás,
que pensaria realmente Jesus das Escrituras? Que lhe aconteceria
se
dissesse, por exemplo: “A vossa Bíblia pouco vale porque
proclama o ódio e a ira
de Deus, quando Deus é Amor;
considerai-a, pois, apenas o livro que narra a
nossa História, como
povo, uma colecta de pensamentos e vivências colhidos ao
longo
dessa mesma história.”? – Seria, de certeza, morto logo ali, antes
que
proferisse mais palavras!…
- Voltemos ao Eclesiástico: “O amigo não se revela
na prosperidade (…)
Quando alguém cai em desgraça, até o amigo se afasta.”
(Eclo 12,8-9)
- Contraditório? É que é na desgraça que o
verdadeiro amigo se revela!
- “O rico comete injustiça e ainda ameaça; o pobre é
maltratado e
ainda tem de pedir desculpa. (…) Quando o rico comete um erro,
muitos defendem-no (…) Quando o pobre erra, todos o condenam.”
(Eclo 13,3 e 22)
- Que triste verdade! Tem mesmo de haver inferno
para esses
ricos…, para toda esta injustiça! Infelizmente, tal como o Paraíso,
o Inferno pertence ao domínio da fantasia e da utopia!
- “Quem é mau consigo mesmo, com quem será bom? (…)
Não te
prives de um dia feliz nem deixes escapar um prazer legítimo.
Acaso não
vais deixar para outros o fruto das tuas fadigas e não vai
ficar para os
herdeiros o fruto dos teus sacrifícios? Dá e recebe,
diverte-te, porque no
mundo dos mortos não existe alegria.”
(Eclo 14,5 e 14-16)
- Que humano este autor “divino”! Mas… onde está
para ele a
eternidade? Onde a recompensa eterna para o pobre, o sábio, o justo?
Onde… o divino? Esqueceu-se, o coitado! Ou então - perdoem-nos a
heresia! -
Deus retirou-lhe, aqui e por momentos, a sua inspiração! O
mesmo acontecera
certamente a Job e Coélet que, neste excerto, estão
bem presentes com as suas
dúvidas existenciais…
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