À procura da VERDADE nos livros das
CRÓNICAS 2/2
- “Os levitas (…) estavam inteiramente dedicados ao serviço da Habitação
do Templo de Deus.” (1Cr 6,33)
- Desde sempre que houve estes “servidores” de Deus que mais não
fazem -
em muitos casos, pois, felizmente, há as excepções dos que se
dedicam de alma e
coração a melhorar a vida dos necessitados - do que
administrar a favor do seu
bem-estar, as piedosas e “obrigatórias”
ofertas dos fiéis ao Templo!
Tornaram-se uma casta, não poucas vezes
uma classe - privilegiada, claro! - que
bem tem sabido tirar proveito
da sua ligação aos poderosos deste mundo, não
seguindo evidentemente
Jesus Cristo que dizem servir e que levam o povo a
servir sobretudo
através do temor de Deus, do céu e do inferno!
- Em 1Cr 10, narra-se, repetindo 1Samuel 31, que os filisteus derrotaram
e mataram o rei Saul e todos os seus. Razão? - A inevitável bíblica razão:
“Saul morreu por ter sido infiel a Javé. (…)” (1Cr 10,13)
Saul: umas barbas dignas de um rei...
- Mais de metade das Crónicas - 1Cr 11-29 - repetem a história do rei
David,
já referida em 2Samuel. E o autor não resistiu a colocar na boca de
David um belo “poema” religioso de louvor a Javé, iniciando-o deste modo:
“Celebrai Javé, invocai o Seu nome, anunciai entre os povos as suas
façanhas!”
(1Cr 16,8)
E termina: “Seja bendito Javé, o Deus de Israel, desde sempre e para
sempre!”
(1Cr 16-36).
Estava inspirado a autor. São belas, soltas, ritmadas as palavras! Aqui,
David ultrapassa-se ao cântico que dedicou a Javé, quando Javé o libertou de
todos os seus inimigos e da mão de Saul: “Javé é a minha rocha e a minha
fortaleza, o meu libertador.” (2Sm 22,2), começou David.
E acabou: “Por isso eu Te louvo entre as nações, ó Javé, e canto em honra
do
Teu nome (…)” (2Sm 22,50)
- Rezar, cantar os louvores do Senhor que sanciona as tuas barbaridades,
é… fácil! Mas também é… perverso. A inversão de valores é total!
- No segundo livro das Crónicas, capítulos 1 a 10, repete-se a história
de
Salomão, construindo o Templo, já referida em 1Reis 3-11. O resto do livro,
aqui e acolá com pequenas omissões ou diminutos acrescentos, repete
1Reis 12-22
e todo o segundo livro dos Reis. É interessante notar que a
política e a
religião interpenetram-se de tal modo que uma justifica a outra,
uma não existe
sem a outra, sendo Javé sempre o elo de ligação, a força
dinamizadora sempre
presente. Sem Ele, a unificação do povo de Israel teria
sido impossível. Na
Bíblia, o Deuteronómio e a Lei Mosaica tornam-se a lei
do Estado (2Rs 23 e 2Cr
34,29-33). Também Maomé usará mais tarde da
mesma interligação - religião e
política - que ainda hoje perdura nos Estados
islâmicos.
- Fim de leitura! Então, descortinámos por aqui a VERDADE que
procurávamos? E o quê dizer de livros ditos “sagrados” repetirem outros
livros?
Não bastava uma versão? Houve das duas vezes inspiração
divina?! Uma certeza:
Deus nunca precisaria de repetir-se para nos enviar a
sua mensagem. Logo, de
divino, estes livros pouco ou nada têm.
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