domingo, 19 de outubro de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 34/?

À procura da VERDADE no livro dos NÚMEROS - 2


                                                               
                                                                 Recolhendo o maná no deserto...

- Dando cumprimento ao prometido, neste caminhar pelo deserto, 
“Javé levantou do mar bandos de codornizes, fazendo-as cair no 
acampamento (…). O povo passou o dia todo, a noite e o dia seguinte 
a recolher codornizes; quem recolheu menos, chegou a juntar dez cargas 
de burro. E estenderam-nas ao redor do acampamento. Estavam ainda 
com a carne na boca (…) quando a ira de Javé se inflamou contra o povo, 
ferindo-o com grande mortandade. O lugar ficou a chamar-se Cemitério 
da Avidez (…)” (Nm 11,31-34)
- Estranho este castigo de… morte! Quem disse ao povo que apenas deveria
 apanhar o necessário para aquele dia? Não é uma virtude o ser-se 
previdente? Ou simplesmente a carne estragou-se com o sol do deserto e… 
Enfim, incongruências “divinas”!… Mas… volta a revoltar-nos as 
entranhas tal estranha actuação “divina”! Depois, para quê aquele 
desperdício de carne tanto da parte de Deus como da parte dos Homens? 
Se quem apanhou menos, apanhou dez cargas de burro, quanto não teriam 
os outros apanhado?
- E, apesar dos castigos e de tantos e tamanhos milagres,… há ainda os 
que não acreditam! “Os filhos de Israel murmuravam contra Moisés 
e Aarão (…): Seria melhor que tivéssemos morrido na terra do Egipto! 
(…) Porque é que Javé nos trouxe para esta terra? Para morrermos à 
espada e para que as nossas mulheres e crianças se tornem escravas? 
Não seria melhor voltar para o Egipto? (…) Dois daqueles que foram 
explorar a terra (…) disseram: A terra que fomos explorar é boa (…) 
excelente (…) é uma terra onde corre leite e mel. (…) Não vos revolteis 
contra Javé, não tenhais medo do povo dessa terra. Nós devorá-los-emos 
como um pedaço de pão (…) porque Javé está connosco. Toda a comunidade, 
porém falava em apedrejá-los. Nesse momento, a glória de Javé apareceu 
(…) e Javé disse a Moisés: Até quando este povo Me vai desprezar? Até 
quando se recusará a acreditar em Mim, apesar de todos os sinais que tenho 
feito entre vós? Vou feri-lo com peste e deserdá-lo.” (Nm 14,2-12)
- O argumento que Moisés invoca para escapar ao castigo é… divino! “Se 
agora fazes perecer este povo (…), as nações ouvirão a notícia e dirão: Javé 
não conseguiu levar esse povo à terra que lhes havia prometido; por isso, 
matou-o no deserto.” (Nm 14,15-16)
- E Javé perdoou mas… castigou: “Suportareis o peso das vossas faltas 
durante quarenta anos. (…) Eu sou Javé e juro que vou tratar deste 
modo a comunidade que se revoltou contra Mim: serão consumidos 
neste deserto e nele morrerão.” (Nm 14,34-35)
- Realmente, tal povo só com castigos - e castigos de morte - é que poderia 
ser governado. Se nem Javé o conseguia com todos aqueles milagres! Mas, 
Javé, não te excedeste ao mandar matar o pobre coitado que apanhava lenha 
em dia de sábado?! “Javé disse a Moisés: Esse homem é réu de morte. Toda 
a comunidade deverá apedrejá-lo fora do acampamento. (…) E o homem 
morreu conforme Javé tinha ordenado a Moisés. (Nm 15,35-36)
- E… à pedrada! Mesmo para exemplo, não valia mais a vida de um homem 
que o guardar do sábado?
- Nunca se sabe! Ou… sabia-o o omnisciente Javé. Com povo de cabeça tão 
dura, só a morte em público para que outros não cometessem tamanho pecado!

- Ah, como tudo isto é estranho, rondando a estultícia mais primária, 
deixando-nos estupefactos perante tantas “barbaridades” e violências. 
Lembram-se do que disseram os homens: “…não tenhais medo do povo 
dessa terra. Nós devorá-los-emos como um pedaço de pão (…) porque 
Javé está connosco.”? É: Javé será sempre o “bode expiatório” para 
explicar as rasias que o povo judeu praticou sobre os povos que ia 
conquistando, até os expulsar das suas terras – a Palestina! – chamando-lhe 
a Terra Prometida… 

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