À procura da VERDADE no livro do Levítico - 4
- Em Lv 20,
repete-se Lv 18, mas com condenação à morte de todo
o prevaricador sexual, em
casos como: “O homem que cometer adultério
com a mulher do seu próximo…, o
homem que se deitar com a concubina
de seu pai…, o homem que se deitar com a
sua nora…, o homem que se
deita com outro homem como se fora mulher…, o homem
que toma por
esposa ao mesmo tempo uma mulher e a mãe dela…, o homem que tem
relações sexuais com um animal…” (Lv 20,10-15). “O homem que
tem relações
sexuais com um animal torna-se réu de morte e o animal
também deve ser morto.
Se uma mulher se oferecer para ter relações
sexuais com um animal, tanto ela
como o animal devem ser mortos…
(Lv 20,15-16)
- Que
comentário fazer a esta obsessão sexual? E a este pagar com a
morte um…
desmando do sexo? E - cúmulo do ridículo que nos leva
ao riso! - que culpa teve
o animal que assim foi “seduzido”?! Foi vítima
e ainda pagou com a morte por
ter participado em acto que não “quis”?
- “O sumo
sacerdote (…) não se casará com viúva ou com mulher
repudiada, desonrada ou
prostituta, mas casar-se-á com uma virgem do
seu povo… porque Eu sou Javé que o
santifico.” (Lv 21,10-15)
- Selecção de castas é preciso, não é, meu Deus?! Ah, que religião esta
tua!!!
- Parece que sim! Ouve: “Nenhum dos teus descendentes, (…) se tiver
algum
defeito corporal, poderá oferecer o alimento do seu Deus (…) seja
cego, coxo,
atrofiado, deformado, que tenha perna ou braço fracturado,
que seja corcunda,
anão, que tenha defeito nos olhos ou cataratas, que tenha
chagas ou que seja
eunuco.” (Lv 21,17-20)
- Como é possível o Deus que se apregoa o Deus da vida rejeitar estes
seres
vivos? Então, para servir a Deus também há que ter bom corpo e corpo
bem
formado e… completo?! (Perguntas pertinentes, embora se deduza que
este servidor seja o sacerdote. De qualquer modo…)
este servidor seja o sacerdote. De qualquer modo…)
- Muito menos poderão ser eunucos, pois é necessário dar descendência à
classe sacerdotal! E, sem o órgão genital…
classe sacerdotal! E, sem o órgão genital…
- Em abono da verdade, que dizer de um coxo ou de um anão ou de um
maneta - perdoem-me todos esses que a Natureza não bafejou com a sorte
de um belo corpinho - frente a um altar, a conduzir uma cerimónia
religiosa? Mas, deixemos estas e outras reflexões sobre o assunto a quem
nisto quiser ocupar o seu tempo…
maneta - perdoem-me todos esses que a Natureza não bafejou com a sorte
de um belo corpinho - frente a um altar, a conduzir uma cerimónia
religiosa? Mas, deixemos estas e outras reflexões sobre o assunto a quem
nisto quiser ocupar o seu tempo…
Fim do Livro do Levítico. Fim – ou talvez não! – da imagem de um Javé
ávido de sangue e do odor dos holocaustos de animais! Um Javé descendo a
pormenores de actuação humana que não nos permitem concluir senão que
o
legislador, o autor normativo, daqueles tempos depois do cativeiro na
Babilónia
– séc. V a.C. – para dar força de cumprimento às suas leis, muitas
vezes mais
parecendo conselhos do que normas, por um “povo de cabeça
dura”, que de outra
forma certamente não as acataria…, pô-las então na
boca de Javé, intercaladas
por holocaustos para expiar pecados do não
cumprimento!
- E, a terminar, não se esqueceu o autor – certamente da classe
sacerdotal –
de apelar: “Todos os dízimos do campo, quer sejam produto da
terra, quer
sejam fruto das árvores, pertencem a Javé: é coisa consagrada a
Javé.”
(Lv 27,30)
- É! Quem realmente se banquetearia com este dízimo dos campos e
das
árvores? Não seria o autor um daqueles barrigudos sacerdotes que
“servia” no
Templo?
- E mais uma vez, se nos escapou, neste emaranhado-confusão da “coisa”
sagrada com a “coisa” humana, a Verdade da Bíblia, livro sagrado de
Javé-Deus!
Pois, como é possível aceitar como sagradas, divinas, eternas,
tantas pequenas
normas para o comezinho dia-a-dia do viver de um povo?
Ou, dito de outra forma,
que Verdade nos trazem essas normas acerca do
nosso fim último, da nossa vida
eterna, no Além? – Nenhuma. Claro! Aliás,
“pedir” a vida eterna é um total nonsense, já que nascemos no Tempo e
somos fruto do mesmo Tempo, sem qualquer hipótese credível de
outra realidade...
outra realidade...
Nas próximas quatro semanas, apresentarei quatro textos subordinados ao tema da existência, com o título «Existir: drama ou a glória de ter vindo à vida?» Do facto darei conhecimento a todos os meus amigos que se correspondem comigo. (fr.dom@netcabo.pt). E... haja alegria, que hoje é o primeiro dia do resto da nossa vida!
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