À procura da VERDADE no livro do Génesis - 5
- “Javé viu
que a maldade do Homem crescia na Terra… e disse: Vou
exterminar da face da Terra, os homens que criei juntamente com os
animais, os répteis e as aves do céu porque me arrependo de os ter feito.”
(Gn 6,5-7)
- Deus
amaldiçoando…, Deus arrependendo-se…, Deus exterminando
os outros animais por
causa do Homem…, parece muito à semelhança
do Homem este Deus!!! Um Deus
humanizadíssimo! Pois, que Deus é este
que se arrepende e… se vinga, exterminando? E
aí vem a história de Noé
e da sua arca, arquitectada até ao pormenor por
Javé-Deus, onde meteu,
por ordem do mesmo Javé, um casal de todos os animais
existentes, para
os salvar do dilúvio que inundou a Terra durante cento e
cinquenta dias.
Esqueceu-se o escritor bíblico dos peixes e outros animais
marinhos que
certamente bem se divertiram nas águas!…
- “Conhecemos
versões orientais de dilúvios com pontos de contacto
com a narrativa bíblica.
Beberam certamente na mesma herança cultural:
a recordação de uma ou várias
inundações desastrosas que a tradição elevou
à dimensão universal. Aqui, é
episódio de alcance simbólico.”
(Notas a Gn 6,9-7,5) (ibidem)
- Para nós, a
mesma pergunta: “Que fazemos com toda esta simbologia?
Porque há-de ter
credibilidade “divina”, “bíblica”, um fenómeno tão natural
e tão frequente à
face da Terra, como as inundações?”
aspirou o
perfume e disse consigo: (…)“Nunca mais
amaldiçoarei a Terra (…)
Nunca mais
destruirei todos os seres vivos como fiz.” (Gn 8,20-21)
- Deus a arrepender-se
de ter criado, a vingar-se exterminando, a arrepender-se
de ter exterminado, ao
aspirar o perfume do holocausto… Que Deus,
Santo Deus, este que além do mais
“gosta” de aspirar o perfume de vítimas
em holocausto!!! E Deus fala a Noé - o
único justo daquele tempo! - dizendo-lhe,
pormenor a pormenor, das razões do
extermínio do Homem, as dimensões
“exactas” da arca (que irrisórias e
insensatas para tanto ser vivo caber lá
dentro!… e durante quarenta dias de
dilúvio mais os dias que a terra demorou
a secar!…), quem entraria na arca, o
“sejam fecundos e se multipliquem na
Terra”, após a saída… Como falou Deus a
Noé? Em sonhos? Por
inspiração? Como temos de estar continuamente com a
simbologia na mente
e o credo no coração, sem nada entender!
- E que dizer
do facto de Deus ter feito do arco-íris o sinal da sua aliança
com Noé: “Quando
o arco-íris estiver nas nuvens, Eu vê-lo-ei e lembrar-me-ei…
que este é o sinal
da aliança que estabeleço com tudo o que vive sobre a Terra.”
(Gn 9,16-17)?
- É, pelo
menos, mais uma bela inspiração do poeta que continua atribuindo a
Deus, o que
é próprio, e bem próprio, do Homem! De divino, nada!
O homem e a sua pequenez perante o que só a vista alcançava, foi em busca de seres supremos.
ResponderEliminarCriou deuses, e mais tarde alguns criaram o seu deus supremo consoante as suas culturas. Mesmo assim não pararam de se guerrear, odiar mas também com a capacidade de amar.
Com tantas contradições cada um criou os seus próprios livros sagrados e mesmo assim, assassinavam em nome desse seu deus.
Afinal o homem pode viver em conformidade com a natureza e ser feliz não se ancorando em filosofias controversas.
Caro João Afonso,
ResponderEliminarBem-vindo a este fórum! É: o Homem é um ser complexo, parece que sempre pronto tanto para amar como para matar! E não aceita duas realidades que lhe são próprias, já que raciocina: 1 - a sua pequenez perante toda a realidade conhecida, do átomo ao Universo (infinito? eterno?); 2 - a sua temporalidade (apenas uns 90 a 100 anos, o que é nada perante o Tempo Universal, sendo apenas um momento nesse mesmo Tempo), aspirando, por isso, a ser eterno. Daí, as religiões, como muito bem afirma.
Gosto desse seu naturalismo. Quando o Homem conseguir harmonizar a complexidade do conhecimento científico com o viver simples segundo a Natureza, conseguirá constituir uma sociedade realmente humana e solidária. Obviamente, sem as fantasias das religiões que continuam a fazer tanto mal à humanidade!