Para os católicos praticantes, com o Outono, aproxima-se o Advento, isto é, a preparação para a comemoração da vinda do Filho de Deus ao mundo, o romanticamente chamado “Menino Jesus”, celebrado em mais um Natal. Não crendo, obviamente, que tal Natal tenha existido, e muito menos como é descrito por Lucas no seu evangelho, vamos publicar aqui, na íntegra, o meu livro inédito, uma abordagem heterodoxa do “mistério”, ensaio por vezes com laivos de romance, onde Jesus aparece como a personagem principal, narrando a sua versão dos acontecimentos, dando corpo à bela frase atribuída, no evangelho de João, ao mesmo Jesus que foi apelidado de Cristo: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."
É linda de encantar a história do Menino Jesus! Lindos são os presépios com a Senhora e o seu Menino, o S. José de barbas e bengala florida por ter sido o “escolhido” olhando embevecido a cena, os anjos esvoaçando por cima da gruta transformada em sala de acolhimento, a manjedoura servindo de berço ao Menino, os pastores apressando-se a chegar, as ovelhinhas balindo nos arredores verdejantes, os animais do estábulo aquecendo com o seu bafo o frio enregelado que entorpece o caminhar das gentes, a estrela encimando o todo já se lobrigando ao longe os magos que a seguiram para encontrarem o Salvador da Humanidade! Lindas são ainda as melodias que autores inspirados, ao longo de séculos, compuseram, e também versículos, canções de exuberante alegria e de louvor ao Divino que se dignou descer dos Céus e vir até à Terra para salvar o desterrado Homem, encarnando em modesta criança: “Cantem, cantem os anjos a Deus um hino / Cantem, cantem os Homens ao Deus Menino.”, “Adeste fideles, laeti triumphantes / Venite in Bethlehem. / Natum videte Regem Angelorum.”, “Douce nuit, Sainte nuit!”; e são melodias que, em épocas de Natal, se ouvem por toda a parte, se cantam em todo o Mundo, coros e orquestras primando por lhes darem a alma e a voz. Tudo muito bonito, tudo – melodias, presépios, histórias – a fazer as delícias dos Natais da nossa infância; mas... tudo poesia! E viver de poesia é bom. E até haverá muitos – muitíssimos! – que não quererão abandonar tal “estado de graça” para encarar outras hipóteses bem mais reais da História, porque despidas de qualquer apelo à fantasia. Porém, há os outros, os que gostam de aprofundar o sentido das coisas e da história do Mundo, teimando em não se deixar levar por tradições – bonitas que sejam – baseadas em criações fantasiosas dos nossos antepassados... É para esses que vão estas “palavras escritas”, isentas de quaisquer laivos de antidogmatismo fundamentalista, visando apenas a Verdade e não mais que a Verdade, na senda das incontornáveis palavras do próprio Jesus Cristo.
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