segunda-feira, 7 de novembro de 2011

“Quem foi (é) Jesus Cristo?” – 5

A propósito de um comentário meu, em outras escritas sobre estes assuntos, fui intimado do seguinte modo: Comentário: «O cristianismo (como, aliás, todas as religiões!) é baseado em efabulações: "Alguns discípulos disseram que Ele estava vivo!" (Tomé, claro, que não!) E é a partir desta suposta visão, mais tarde também supostamente tida por Paulo, que Jesus é mitificado em Cristo e que se dá origem ao cristianismo. Depois, a ordem foi "Não questionar!" Cristo tinha ressuscitado e "não se fala mais nisso"! Primeiro, ressurreição carnal, admitida pelos teólogos até ao séc. XX; agora, apenas espiritual, tornando-se a outra impossível, mas continuando consagrada no Credo católico: "Creio na ressurreição da carne!" Intimação: «Francisco Domingues, a você, como a tantos outros, dá-lhe jeito colocar o cristianismo no mesmo saco das outras religiões fundamentadas em mitologias fantasiosas. E isto revela preguiça intelectual da sua parte, porque se estudar a SÉRIO o princípio do cristianismo, verá o quanto estão erradas as suas teorias. Explique aqui à tribuna, como se transformam onze discípulos medrosos em destemidos homens prontos a dar a própria vida pela novidade que proclamam! A ressurreição só pode ser entendida como ressurreição FÍSICA, com um NOVO corpo, ou seja, incorruptível e para uma OUTRA dimensão da existência. É este facto ocorrido há dois milénios a grande coluna que sustém o cristianismo poderosamente. Um conselho: estude a sério as EVIDÊNCIAS históricas do FACTO.» E ainda: «O sr. Francisco deve ler mais cristologia, para não dizer tanto disparate ao mesmo tempo, e aproveite para ler a Bíblia de Jerusalém, com as suas notas. E deixe de auto-promoção porque não lhe fica bem com esse blog.» Claro que respondi com a sapiência possível: Li várias vezes e releio a Bíblia para da Verdade me inteirar. O que é certo é que quanto mais leio mais convencido fico do que venho afirmando e defendendo. Não é pelo facto de uns quantos – poucos! – discípulos terem dado a vida pela Verdade de que estavam convencidos, a começar pelo mestre Jesus, que essa Verdade se torna Verdade! A mensagem de fraternidade universal de Jesus era fantástica, a promessa num Céu para toda a eternidade junto de Deus, fantástica também, e também fantástico o Juízo final para finalmente se fazer justiça. Mas nem Jesus provou o que afirmou nem a morte de uns quantos por essa causa prova seja o que for. Não se imolam por razões menos nobres – até pérfidas! – muçulmanos, gentes que têm a mesma origem semita dos judeus? Aliás, havia muitos interesses político-religosos em causa, naquele tempo, para que tais mortes ocorressem sem serem um enorme acto de heroísmo. Eles acreditavam, como o Mestre, que o fim dos tempos estava próximo (“Em verdade em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça!”) e que, morrendo, mais depressa ressuscitariam e iriam para o Céu de todas as delícias (Vejam Macabeus). O próprio Jesus deve ter aceitado a morte – de que facilmente se poderia ter livrado, inteligente como era – devido a esta visão do mundo e da vida, acreditando também ser um Messias não de um reino que libertasse os judeus do jugo romano (o que consideraria impossível!), mas de um reino de paz e justiça sobre a Terra a que chamou "Reino de Deus". Também já dissemos, fundamentadamente, que as narrativas das vidas dos discípulos de Jesus que disseram que, depois de morto, o viram vivo e que morreram por defender tal causa, não merecem grande credibilidade. O autor dos relatos das vidas dos apóstolos, nos Actos dos Apóstolos, não merece credibilidade, pois foi capaz de dar por histórico, no seu evangelho, todas aquelas idílicas peripécias que envolveram o nascimento de Jesus (obviamente falsas e copiadas das lendas dos deuses solares antigos). Não sabemos se conheceu os apóstolos (ele era discípulo e médico de Paulo) e escreve cerca de 50 anos depois da morte de Jesus e, certamente, depois da morte de muitos deles. Acresce dizer que de todo o NT não temos originais, apenas cópias do séc. IV, com tudo o que isso implica de possibilidade de fraudes (emendas e acrescentos, conforme os interesses, neste caso, dos bispos de Roma, suportados por Constantino). Diz-se, por exemplo, que Pedro foi bispo de Roma, quando nem se sabe se ele lá esteve. Pelo contrário: Paulo na sua carta aos romanos, na suposta data em que Pedro lá se encontrava, não refere o seu nome. Estranho! A Bíblia não é livro histórico nem palavra de Deus e as testemunhas de Jeová "dão a sua vida" para pregarem tal pelas ruas das cidades. Paulo, o maior estratega da estruturação e divulgação do cristianismo nascente, não é dado como mártir. É lenda a vinda de S. Tiago a Compostela e veja-se o culto que lhe foi (é) prestado. O cristianismo gerou os maiores cismas (católicos, ortodoxos, protestantes) e as mais numerosas seitas e controvérsias. A história dos papas e o primado de Roma estão, desde os primórdios, cheios de fraudes, escândalos e de lutas pelo poder e hegemonia. Gostava de repetir que o que me move aqui é tão só a procura da Verdade e a resposta para o Desconhecido da Vida. Construir e não destruir ou destruir para reconstruir! É tempo de a Igreja aceitar que não tem razão e que prega efabulações e não Verdades de salvação eterna. Deus, na sua sabedoria infinita, nunca poderia ter-se revelado num Jesus judeu, numa época tão conturbada, e deixando tudo tão cheio de mistério numa questão fundamental para a Vida do Homem: o seu post-mortem! Revelar-se-ia, por exemplo, hoje, ou tê-lo-ia feito há 40 ou 50 mil anos, aquando do aparecimento do sapiens sapiens, o nosso inteligente antepassado. Porque o não fez? A não-resposta a esta pergunta arrasa qualquer teoria religosa, a começar pela cristã. Bem como todas as hipóteses de ressurreição sobre a qual já aqui falámos. Basta dizer que as ressurreições narradas nos evangelhos (Lázaro, etc.) não o foram, assim como não se levantaram dos túmulos os mortos e passearam pela cidade (Ver Mateus), aquando da morte de Jesus e, obviamente, a de Jesus também não aconteceu. A ressurreição física, de certeza! A espiritual, com um outro corpo para outra dimensão, cada um pode acreditar no que quiser. Não pode é provar absolutamente nada... E, na procura da Verdade da Vida e do Além, baseando-me na razão – a prerrogativa mais nobre do Homem e tão maltratada pelos pregadores da Fé e de efabulações, dizendo-as Verdades absolutas (e, para tal, inventando que foram reveladas por Deus aos Homens!) – propus uma Nova Religião, aglutinadora de todo o Bom que as existentes (mas incredíveis na sua essência!) contêm, com o Deus da Harmonia Universal, Deus onde tudo se integra, nós também, obviamente, no antes, no durante e no depois da existência de cada um, de cada ser vivo e até do não-vivo. Quem ficar curioso, embora, mais tarde, eu venha a falar disso aqui, veja o cap. final do meu livro "Um Mundo Liderado por Mulheres", Esfera do Caos, ed. (Perdoem-me a publicidade...)

22 comentários:

  1. Oh meu caro! O sr trabalha em curto-circuito e nunca mais sai da sua. Diz e rediz e não sai do mesmo sítio. O sr é um génio? Não acredito. Há muita coisa que o sr precisa de estudar, e interpretar, mas há coisas que nunca se saberão, nem interessa, ficam para os estudiosos. Mas não para obstinados que já tenham posição à partida. Uma mente livre e intelectualmente honesta, como se reclama, não deveria dizer o que o sr diz sem um mínimo de fundamentação. Retórica,retórica e mais retórica... Assim não dá. Muito bom proveito lhe façam esse seus estudos.

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  2. seguinte broder razão e ciência contra a religião e fé, já e um engano pois não existe neutralidade na ciência, e que provas se tem que foi adulterado ou não o texto bíblico por constantino? e os martires por causas políticas são diferentes dos que morrem por ideais da humanidade diríamos para o bem de todos ou pela simples liberdade de expressão, pois muitos mártires cristãos foram mortos somente pelas suas palavras nada hostis era só os caras ignorarem mas por que sentiam ódio aos que vos pregavam a palavra de Jesus sem nenhuma violência? e como é que vc quer determinar a melhor hora para um Deus comprendido pelos homens vir a terra? não seria um radicalismo darwinista? claro as que religiões se apropriaram e até hoje utilizam do evengelho para política e dominação mas por que essas palavras funcionam tão bem? as doutrinas e regras morais também existem na ciência meu caro, e diante das incognitas o que princípio regulará a ciência? desprezará ela toda a cultura e soaciedade? o nazismo não foi tipo assim? é restam mais dúvidas do que ciência, restam mais apetites de resposta do que verdade na religião. Corcondo com o Deus da harmonia universal, mas Jesus nunca foi contra este Deus e não levantou nenhuma bandeira.

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  3. ops é quis dizer que não se pode compreender a vontade e a sabedoria de Deus ficou meio mal colocado, ou que Deus seria esse? só por que chegou na hora que vc quis vc dá crédito? tipo o sapiens sapiens lá é teoria tbm né não? haa sim a arqueologia, mas Jesus deveria vir falar com homens primatas? acho que quis dar um tempo até que chegasse o hora certa de ser compreendido, e hoje o que fariam a ele, será que acreditariam? acho que a sabedoria que teve naquela época foi ainda mais notável, por viver em meio a toda a corturbação. tudo de bom ae profs só alguns questionamentos construtivos, a Paz de Jah

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  4. Caro Cisfranco, só não percebo uma coisa: a sua afirmação de que "Uma mente livre e intelectualmente honesta, como se reclama, não deveria dizer o que o sr diz sem um mínimo de fundamentação." Não vou repetir os fundamentos - que não são só meus, mas de muitos pensadores não alinhados, nomeadamente de teólogos da Universidade de Teologia de Tubingen, na Alemanha - da não historicidade dos evangelhos, etc., etc., fundamentando, pois, tudo o que afirmo, com os limites que obviamente nos impõe a falta de dados históricos totalmente credíveis. Mas façamos o exercício ao contrário: apresente-me os fundamentos - credíveis, claro! - para a historicdade dos evangelhos e de todos os milagres aí narrados, incluindo a ressurreição de Lázaro, para a historicidade e veracidade da ressurreição de Jesus, para se poder dizer, depois, que ele era realmente o Cristo. Bastaria que me apresentasse estes dois fundamentos - credíveis, repito - para lhe dar toda a razão. Cordiais saudações!

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  5. Caro "d352...",
    Bem-vindo a estas discussões, sempre não fundamentalistas, abertas a todas as tendências e comentários, sempre na busaca da Verdade da Vida, neste caso, a Verdade do cristianismo que nos propõe respostas para o Além-da-Vida. A Ciência baseia-se e tira conlusões de factos comprováveis. Consegue-me provar algum fundamento do cristianismo? É que a Ciência é o resultado da investigação humana, produto da sua capacidade de raciocinar sobre as coisas e os acontecimentos. Ora, tudo o que temos dos inícios recambolescos do cristianismo, são meras declarações de alguns dos intervenientes, declarações essas descritas pelos evangelistas uns 40 a 60 anos depois de terem sido proferidas, já numa época em que o Jesus tinha sido mitificado em Cristo por Paulo, para firmarem nessa fé as comunidades nascentes. O grande problema está exactamente na passagem de Jesus a Jesus Cristo. Já me referi a este assunto aqui, de diversas formas, e não me vou repetir. Mas se encontrar uma explicação plausível que não seja efabulação, queira expô-la em comentário.
    Cordiais saudações!

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  6. Há pessoas que fecham os olhos às evidências. É mais confortável não questionar e permanecer no "rebanho". Não temos nenhum video (infelizmente ou felizmente para elas, as pessoas daquele tempo não tinham acesso a muita tecnologia e conhecimento) que nos prove sem margem para dúvidas que aquilo que se diz sobre a vida de Jesus não é verdade, mas temos indícios fortes de manipulação, fraude, invenção e erro. É com base nos indícios que se constroem as provas. Por exemplo, num julgamento em tribunal o juiz não necessita do video do crime para condenar ou absolver, julga através dos indícios e usa a razão...

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  7. Caro Francisco Domingues, pensador, filósofo e teólogo(?), o sr não é cego, mas não vê o que entra pelos olhos dentro. Quer que lhe dê mais fundamentações do que aquilo que já aqui disse? Impossível, porque o sr não vê. O sr deixa a pergunta básica - cuja resposta constitui o alicerce de todo o edifício - , atira-a para um canto e não lhe responde. Que importam as suas perguntas, se o sr não aceita o óbvio e mete tudo dentro desse seu compêndio da efabulação? Porquê, um grupo de pessoas amigas de UM CONDENADO da forma mais execrável, se lembraram de falar nEle, contra tudo e contra todos, até à própria morte? Esta é a 1ª e a última pergunta a que se deve encontrar resposta. O resto são opiniões, teses talvez de doutoramento, mas sobretudo boa estratégia de marketing para promover qualquer coisa...

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  8. Caro Pedro

    Mas, verdadeiramente, a razão é que vc não usa. Muito certo, parte-se de indícios para a prova, mas indícios bem exploradados, caminhando, seguramente, passo por passo. Os indícios não têm todos o mesmo valor: alguns, durante a ivestigação, caiem por terra e são abandonados. Mas se, obstinadamente, continuarem a ser o ponto de partida, vai-se chegar a uma conclusão errada. Provavelmente, será o que se passa consigo: apoiar-se em indícios que não valem nada.
    Olhe, já que o sr falou em videos e na sua falta, para o aclaramento deste assunto, vou contar-lhe o seguinte:
    Sabe o que é que o general Eisenhower ordenou perante as atrocidades do Holocauto? Mais ou menos isto :" Filmem e tirem fotografias,o mais que puderem, porque há-de vir um dia em que algum idiota se vai erguer e dizer que isto nunca aconteceu". E sabemos como ele não se enganou. Ora se até com vídeos e fotos, há idiotas que mandam atoadas, negando o que aconteceu há tão pouco tempo, como não há-de haver atoadas sobre a vida de Jesus Cristo?

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  9. Caro Cisfranco,

    Concordo consigo quando diz que "os indícios não têm todos o mesmo valor" e "há idiotas que mandam atoadas, negando o que aconteceu há tão pouco tempo". Mas o que diz não abala a tese daqueles que acham que há muita invenção em torno da vida de Jesus. Como sabe também há aqueles que afirmam aquilo que nunca aconteceu (reconstruções de memória, estratégias de afirmação pessoal, interesses sociais e políticos, "quem conta um conto acrescenta um ponto", etc.). Também acredita que o anjo apareceu a Maomé?

    Mais: Gostaria de ser lembrado por algo que não fez? Gostaria que em seu nome fizessem exactamente o contrário daquilo que defendeu? Coloco-lhe estas duas questões para dizer que é importante que as pessoas (sobretudo os cristãos) questionem, investiguem e procurem esclarecer-se sobre quem foi de facto Jesus.

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  10. Caros amigos, como autor deste blog, agradeço o elevado nível que mantêm nesta discussão sobre um assunto vital para qualquer ser humano: trata-se da vida para além desta vida, a única certa e verdadeiramente comprovável. Não há dúvida: para além dos discípulos e do que eles viram, sentiram e fizeram ou sofreram pelo que pregaram e defenderam, temos um Jesus que, mesmo não o mitificando em Cristo, prega duas realidades: uma para a vida terrena, outra para a eterna ou a outra vida depois desta. E é aí que está o grande problema! Louvamos a sua pregação de fraternidade universal, afirmando que todos os homens são iguais, por um lado; por outro lado, temos um Jesus a falar do Céu e nele o Deus-Pai, rodeado de anjos e santos, bem como de um Inferno cheio de demónios, e ainda de um Juízo Final, no fim dos tempos - fim que, para ele, estaria próximo. Foi este "segundo" Jesus que os iniciadores do cristianismo quiseram pregar e firmar. Mas este Jesus não pode ser senão um Jesus da fantasia, um Jesus que encarna o antigo desejo da raça humana da imortalidade, imortalidade que tudo leva a crer que não existe porque impossível: somos seres de matéria feitos, vindos do pó e voltando para o pó. Em outros textos, falarei aqui da impossível imortalidade daquilo a que os clássicos chamaram de "alma" mas que não passa do que a Ciência chama, hoje, de "cérebro".

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    1. Mais uma vez aqui estou para apoiar as afirmações
      de Francisco Domingues e a propósito da pergunta
      «Quem foi Jesus?»eu quero frisar o que consta na
      Biblia de que Jesus com 12 anos de idade,causou espanto,como menino prodígio,aos Rabinos no Templo,mas depois desaparece da cena pública e só reaparece aos 30 ou 33 anos de idade.Então onde é que êle foi «beber» toda a sua rètórica, com a qual empolgava as massas populares e que foi causa da sua condenação à morte?Consta que existe na Índia,uma Seita religiosa que afirma ter êste Jesus lá vivido durante anos.Se assim foi,é de admitir que êle tivesse não só «bebido» nas fontes do Hinduísmo como tivesse aprendido artes de magia,de malabarismo,de hipnotismo,de prestidigitação e que depois no seu regresso à Palestina,prégasse uma religião diferente e às
      suas artes de magia,o Povo chamasse milagres.

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  11. Pedro

    Não tenho nada a objectar ao que o sr diz. A leitura que faço do post anterior é que está a propor o retorno às origens. Mas é isso que deve fazer quem procura um conhecimento esclarecido. Já se sabe como são os mitos e como eles se constroem. É necessário saber reconhecer a árvore no meio da floresta...
    Mas a retórica do autor do blog não leva a lado nenhum, porque ele só tem 1 compêndio por onde estuda que é o o livro de efabulação. Ele não sai do mesmo sítio. Parece um pregador de sinal contrário
    Imagine-se que diz que tem um curso de TEOLOGIA. (Esta é areia demais para a minha camioneta...) Então ele tem um curso sobre uma matéria que ele diz que não existe? Pelo menos esforça-se por demonstrar(sem exito,claro!)que o Deus das religiões não existe. Isto não tem ponta por onde se lhe pegue.
    Tudo isto é conversa de café e vale mais assim do que estar a pensar na morte da bezerra...
    Até mais!

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  12. Ora, meu caro Cisfranco, estudei Teologia com óptimos professores-padres no Seminário, nos meus tempos de juventude. Saí antes da ordenação sacerdotal por discordar frontalmente com o dogma que me impunha a impossibilidade de criticar as Sagradas Escrituras, por serem a Palavra de Deus, a Revelação de Deus aos Homens (AT e NT). E isto já lá vão uns bons anos... A evolução dos estudos feitos sobre a fiabilidade dos textos bíblicos veio dar-me razão: o AT, quando não é pura história do povo judaico e sua cultura religiosa e suas guerras (Pentateuco), é profecias, orações e poemas, algumas histórias de encantar; o NT, já o dissemos: um conjunto de doc.s que já quase nenhum estudioso ou exegeta aceita como históricos. Dou-lhe um exemplo: o professor (Univ. Coimbra), padre, filosofo e teólogo Anselmo Borges já não acredita (ou diz-lhe não interessar) na Virgindade de Maria (como diz o Credo), nem na Ressurreição física de Jesus, pois teria voltado a morrer (Como narram os evangelhos e é ainda sustentado no Credo); a ele só interessa aquilo a que você - e muito bem! - dá ênfase: a fé com que os discípulos acreditaram que ele estava vivo e, por pregarem essa mensagem, deram a vida. E, como é uma questão de Fé neste Cristo ressuscitado, uns acreditam e outros não, cada um com as suas mais profundas razões. Mas quanto a este assunto já sabemos que temos ideias divergentes...
    Saudações cordiais.

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  13. Sr Dr Francisco

    Mas o sr agora faz o papel de padre ressabiado. O sr simplesmente nega Deus.
    Já sabemos como é ou são as religiões e, como se constroem os mitos e se transmitem. Necessário é entender tudo isso, saber explicá-lo e saber onde está o essencial. A religião tem muitas camadas como a cebola(salvo seja), mas lá no centro, bem no âmago é que está o grelo que vai dar a semente da cebola... Não é negar tudo liminarmente, como o sr faz.
    Deus não é a explicação para tudo, mas negando-O, como o sr faz, as coisas ficam muito pior, muito mais escuras e sem sentido. E não me venha com a conversinha de que o filósofo ou teólogo fulano ou beltrano dizem isto ou aquilo, porque simplesmente a coisa não é bem assim. Não queira passar um atestado de menoridade intelectual a quem não vai com o seu relambório, porque o sr, simplesmente, não prova nada, desculpe dizer-lho, o sr é duma superficialidade confrangedora.Pelo que o sr revela acima, esperaria outra abordagem, não apenas passar uma tábua rasa sobre tudo. As pessoas não são burras, simplesmente nem lhe respondem.
    O sr prestigearia a inteligência, se, antes de falar,actuasse com a sabedoria das 3 peneiras de Sócrates (o filósofo) de que,a talho de foice, me lembrei agora:

    Um homem foi ao encontro de Sócrates levando uma informação que julgava ser de seu interesse.
    - Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
    – Espera um momento – disse Sócrates –, antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
    - Três peneiras? Que queres dizer?

    – Vamos peneirar aquilo que queres dizer-me. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens a certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
    – Bem, foi o que ouvi dizer... Não sei se é, exactamente, verdade.

    – A segunda peneira é a da BONDADE. O que queres contar-me é bom? Passou pela peneira da bondade?
    – Não. Não é bom nem mau.

    - A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vais dizer a respeito do meu amigo?
    – Útil? Não. Não tem utilidade nenhuma.

    - Então – diz-lhe o sábio – se não sabes que aquilo que queres contar-me é verdadeiro e, se não é bom, nem útil, então é melhor que o guardes só para ti…

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  14. Caro Cisfranco,

    Não diga isso... Não sou advogado de defesa do autor mas parecem-me palavras um pouco injustas.

    O Sr. até diz coisas interessantes. Gostei da sabedoria das três peneiras. Mas aplique-a à Bíblia e aos dogmas e mitos da religião.

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  15. Ainda ao meu caro Cisfranco com quem, olviamente, não concordo, mas respeito, embora não prove que não provo com fundamentos o que afirmo. As três peneiras - que já bem conhecia da filosofia - aplicam-se na perfeição ao que eu digo e já duvido que se apliquem ao que o caro amigo afirma: o cristianismo não tem provas credíveis (é uma não-VERDADE), duvido que seja bom para o Homem acreditar em fantasias (BONDADE duvidosa), duvido ainda da sua UTILIDADE. Obviamente, refiro-me a todo o sobrenatural construído a partir da mitificação do Jesus em Cristo e não da fantástica mensagem de fraternidade universal do Jesus histórico, na qual se baseiam todas as obras de cunho social de ajuda aos mais carenciados, por parte dos fiéis e cristãos bem intencionados e que pouco sabem - ou não querem saber! - destas discussões académicas... O que lhes interessa é a pessoa humana!
    Saudações!

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    1. Prezado senhor Francisco Domingues,se o senhor com vossos argumentos dentro da lógica da Razão, não consegue convencer Cisfranco de que está
      errado e crente em efabulações que êle atribui aos outros e até mesmo a vós próprio,como é que eu um simples operário poderei convencê-lo?
      Em todo o caso,a respeito de Teologia,eu direi que admito que haja quem creia na existência de Deus,mas não posso admitir que haja quem se atreva a definir Deus e pior um pouco,a dizer que falou com êle,como Moisés,e que dêle recebeu as Tábuas da Lei que são os Dez Mandamentos dos biblico-judaico-cristãos.E se,como ensina a Igreja,Deus é um Ser invisível e Criador de tudo o que é visível e invisível e que tem todos os seus predicados num grau infinito,não tem necessidade de coisa alguma.Então porque criou o Mundo e depois Adão e duma costela dêste fez Eva?
      E depois de os colocar no Paraíso Terreal deu ordem para não comerem o fruto da árvore da ciência do Bem e do Mal que era uma macieira.
      Mas Eva tentada pelo Demónio disfarçado de serpente,comeu o fruto e deu-o a Adão,o que
      causou a ira de Deus que os expulsou do Paraíso. Aqui faço duas observações.Se Deus é o único Criador,foi êle que criou o Demónio e o Inferno. Ora isto é a negação da sua infinita perfeição divina.E se Deus é infinitamente sábio,sabia
      antecipadamente que Eva e Adão não cumpririam a sua ordem.Então eu direi que Deus se portou como um tirano absoluto e vingativo,o que está em contradição com a sua infinita perfeição.Já o filósofo dizia:
      -Credo quia absurdum est.

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  16. Caro Sr Dr Francisco Domingues

    Estaremos sempre em discordância, porque temos perspectivas completamente diferentes. O sr nega o espiritual, nega Deus. Não vê mais nada em Jesus Cristo do que um homem extraordinário. Tão extraordinário – digo eu - que não se consumiu na tumba como qualquer mortal. Esta comprovação através dos métodos da ciência de hoje é impossível e o sr tira a conclusão errada que é efabulação.
    Se todos os acontecimentos, dados como históricos, fossem escrutinados como foi a vida de Jesus, creio que muitos não resistiriam.
    Para mim, de facto, o sr não prova nada daquilo que afirma e remete tudo para a dúvida permanente e chama tudo de efabulação. Fez uma opção e daí não sai. Diz que anda à procura, mas com uma dialéctica tão inconsistente – rejeitando o óbvio – que não faz o mínimo sentido. A pergunta que tem a fazer sobre Jesus Cristo é só uma, a que lhe fiz desde o princípio e a que o sr não consegue responder. O resto são discussões académicas.
    Boa continuação!

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  17. Caro Cisfranco, discordâncias à parte, seja bem-vindo sempre a estas discussões! Gostaria de um comentário seu ao meu último texto sobre o tipo de corpo que o Jesus ressuscitado teria.
    Saudações!

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  18. O meu comentário é simplesmente para dizer que
    estou completamente de acôrdo com o senhor Doutor Francisco Domingues,pois o Deus dos biblico-judaico-cristãos,só pode ter sido criado pelo Homem à sua imagem e semelhança e a respectiva Religião segundo os seus interêsses.

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