sábado, 28 de agosto de 2021

Divertimento "intelectual" para férias - 2/2

 

Tema de reflexão:

“Da irritante contumácia dos números que arrasam a nossa capacidade de percepção, à inenarrável beleza/mistério do ADN”

 Do ADN

Único para cada ser vivo. E cada ser vivo parece viver com dois objectivos: 1 – sobreviver e viver todo o tempo que o seu ADN lhe determinou à partida; 2 – transmitir esse seu ADN a novas gerações, para que a espécie, uma vez existente, não se extinga. Tudo em perpétuo movimento, em perpétua mutação, em perpétua transformação, diríamos também, em perpétuo aperfeiçoamento, apesar de, por vezes, haver mutações, malformações, desvios desagradáveis da norma-padrão. Tudo dependendo do habitat espácio-temporal, do gelo ao calor extremo, o que exige adaptações, muitas espécies se extinguindo, outras aparecendo por derivação/adaptação e todas elas, na luta pela sobrevivência, criando mecanismos de defesa dos predadores, os mais sofisticados, seja fungo, animal ou planta.

Funcionalismos à parte, a inenarrável beleza/mistério do ADN está na sua complexidade, na sua variedade, na sua capacidade, na sua origem…, levando os dados a crenças a afirmarem que só Deus – ou uma Mente Superior – o poderia ter criado e ofertado às espécies vivas na Terra e no Universo, onde, sem dúvida, haverá inúmeras formas de VIDA iguais ou semelhantes às da Terra. É que, sendo a Terra um minúsculo pontinho azul perdido no Universo, não há nenhuma razão para julgarmos que só ela é detentora de vida. Uma irracionalidade contra todas as leis das probabilidades…

1 – Complexidade

É imaterial, embora seja criado no acto do nascimento, melhor, no acto da concepção, seja animal, seja planta ou outro qualquer ser vivo. E nesse acto vital, em que duas partículas vivas mas de sinal (género) diferente se juntam, é transmitida toda a carga genética própria de cada espécie, havendo, no entanto, ao longo da vida, possibilidade de mutações/aprendizagens que ditam a sua própria evolução.

Um assombro que nos leva a perguntar: “Como surgiu o primeiro ADN? Houve apenas um ADN inicial do qual derivaram todos os outros, diversificando-se espontaneamente, conforme as circunstâncias espácio-temporais onde apareceu? E como é que uma partícula viva transmite, utilizando o suporte matéria, essa mesma vida, ou seja, o seu ADN animado? E – assombro dos assombros! – leva os dois géneros a unirem-se em tal acto, através da atracção sexual para os animais, ou através do chamamento dos insectos a alimentarem-se na corola das flores e fazerem a polinização, ou, nas herbáceas, criando também rizomas para propagarem a sua espécie mais eficazmente? Ah, que beleza, que complexidade e que… inteligência se manifesta em todos estes actos de perpetuidade!

Tudo depende do modo como percepcionamos a realidade em que nos movemos, do átomo ao Universo, aos elementos da Tabela Periódica, questionando a sua origem. O caso do ADN é exemplar para a afirmação/aceitação de uma Mente que o tenha criado. Mas como definimos essa Mente? Como e onde colocamos a criação do ADN em geral e do ADN próprio de cada espécie de ser vivo, a cada concepção?

Eis uma possível explicação sem atropelar qualquer método científico:

Deus – O TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, MATÉRIA E ENERGIA (e não esse SER que remonta ao imaginário da nossa infância bíblica, devido à religião em que nascemos: um velho venerando de longas barbas brancas, abraçando um suposto Filho através das asas de uma pomba, um suposto Espírito Santo…) – Deus manifesta-se em cada partícula existente, quer de matéria quer de energia. O ADN será essa parte de Deus que cada ser vivo possui, sendo o ADN Geral energia disponível e o ADN Individual de cada espécie a energia que a move e que aparece no nascimento, é utilizado, aperfeiçoado e transmitido, enquanto vive, desaparecendo com o desaparecimento do seu suporte material: o corpo.

Aí residiria a beleza última do ser vivo: ser partícula divina! Fantástico, absolutamente fantástico!

2 – A variedade – Quantos milhares de milhões de biliões de espécies vivas haverá, na Terra e no Espaço cujo fim não se consegue percepcionar? – Na Terra, presume-se ter-se já contabilizado um terço ou um quarto das existentes. No Espaço sem fim, obviamente, apontar qualquer número seria absolutamente ridículo.

3 – A capacidade – Espantosa! Quer reprodutiva, quer de adaptação ao meio para a sobrevivência. E é nele que residem e é dele que dependem todas as características psicofísicas do ser vivo: diversos tipos de inteligência, emotividades, caracter, vontade, desejo, luxúria, linguagem, o livre arbítrio…, sendo umas apenas específicas do Homem, outras, observáveis em animais, fungos e plantas…

4 – A origem:

Divina? A tal Mente Superior criadora? Ou resultante da complexa junção de certos elementos químicos que, dispostos numa determinada proporção, sujeitos a determinadas temperaturas, calor e humidade, da matéria inerte produziram vida, sendo capazes de se replicar, transformando átomos inertes, embora cheios de energia, em células vivas, estas, sim, já com o seu ADN?

Parece que as duas hipóteses são complementares, admitindo que essa entidade divina, essa Mente Superior ou esse TODO ONDE TUDO SE INTEGRA tenha dado aos elementos químicos aquela capacidade, naquelas circunstâncias. Afinal, qualquer ser vivo é matéria energizada, um conjunto organizado (e que organização!) de elementos químicos em movimento permanente, nunca sendo, desde que nasce, melhor, que é concebido, exactamente igual a cada minuto que passa, até ao desenlace final… Sempre transformando-se…

Lembremos que a energia que tudo move, do átomo ao Universo, passando por todos os seres vivos, integrando-os, é IMATERIAL e está disponível por toda a parte para ser captada por qualquer elemento de matéria que tiver essa capacidade.

É: o ADN é inquestionavelmente IMATERIAL. Aliás, como suposta partícula divina, não poderia ser outra coisa… E se a MENTE SUPERIOR é o TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, ESPAÇO E TEMPO, MATÉRIA E ENERGIA, cada espécie será um conjunto de partículas divinas, umas imateriais outras matéria que será o suporte visível das primeiras. Ambas de suma importância já que uma não pode viver sem a outra, desde o acto concepcional. Assim, no nosso existir, assim, no nosso desaparecimento, nós que pertencemos ao Tempo: com a morte do corpo, todo o conjunto se acaba. E acaba-se para sempre, transformando-se noutra qualquer realidade que já não nós!...

Que pena, não é?! Mas… deixemos que um largo SORRISO nos inunde lábios e rosto. É que termos vindo à VIDA e podermos pensar tudo isto… VALEU, VALEU mesmo A PENA!

Enfim, sabemos que a Terra, se não for apanhada num qualquer cataclismo cósmico que a destrua, ainda viverá os seus 4.5 mil milhões de anos. Ora a espécie humana, aqui chegada por evolução de um ramo dos primatas, existe apenas há 4 ou 5 milhões. Então, como será ela daqui a, por exemplo, mil milhões de anos? Que seres humanos haverá então, se tudo está em contínua evolução, quer fora quer dentro da mesma espécie? Isto se até lá o Homem não se auto-destruir com as suas ambições desmedidas não olhando a meios poluentes que o matam para atingir fins de ganância e de um suposto bem-estar que nunca poderá ser senão a prazo…

O ADN é a anima (alma/vida ou sopro vital) dos latinos, a psyqué (espírito/razão e emoções) dos gregos. Ele é afinal tudo num ser vivo qualquer que ele seja do micróbio ou ervinha ao maior animal ou árvore existentes à face da Terra. É tudo e comanda tudo no ser vivo. Mesmo o querer dos seres humanos e sua capacidade de optar, de decidir.

Semente que caia à Terra ou peixe fêmea que desove no mar, o ADN daquela tudo fará para dar nova planta, flores e frutos com centenas de sementes…, o ADN deste que já “obrigara” à criação das ovas, ”obrigará”, por impulso irresistível, o respectivo macho a estar por perto e fecundar os ovos lançados na água, dando origem a milhares de novos ADN, todos semelhantes e todos diferentes dos seus progenitores. E tudo num ciclo irreprimível de perpetuidade da VIDA. E tudo se passando, no início, a nível microscópico… Seja mosquito, seja elefante! Ah, que inteligência, que força, que energia e … que BELEZA/MISTÉRIO a destes ADN!

Cada palmo de terra fervilha de Vida. Cave-se e vários organismos visíveis aparecem; os apenas detectáveis ao microscópio podem ser milhares. Todos com o seu ADN específico. Donde lhes veio ele? – Desvendar a origem do ADN é como desvendar a origem da matéria e energia que compõem o Universo. Para este, a explicação do Big Bang é um tanto infantil: baseia-se fundamentalmente no facto observável de estar em expansão. Mas… o que havia antes do Big Bang? Como se formou a tal bola gigantesca que explodiu e lhe deu origem? Que tamanho tinha tal bola para conter toda a matéria e energia que o constituem? Enfim, o que havia antes de tudo o que existe no Espaço e no Tempo?

São perguntas a que ninguém sabe – alguma vez saberá? – responder. A Ciência não é ateia, mas agnóstica: não vai em crenças em poderes de qualquer divindade, simplesmente porque nada é provável nesse domínio do dito sagrado; apenas suposições, fantasias, devaneios, invenções, talvez sonhos ou desejos… E à Ciência só importa analisar e explicar o existente partindo do mesmo existente.

Assim, na análise do ADN. Perguntas poderemos fazê-las; respostas não conseguiremos obtê-las. Fica-nos o maravilhamento perante tão enigmática REALIDADE à qual temos o privilégio de assistir e na qual tivemos o privilégio de participar.

No entanto, temos forçosamente de entrar em PORQUÊS: Porquê um ADN se exprimiu em elefante e daquele modo ou figura? Porquê outro deu formiga trabalhadeira, animal simples como a amiba ou complexo como o ser humano? E ainda outro deu micróbio, vírus, bactéria… cada um com uma espécie de finalidade, melhor, de complementaridade de outros seres vivos, dependendo todos uns dos outros? Porquê houve um ADN que resultou em dinossauros, há muitos milhões de anos?

Realmente, parece que o ADN está disponível em toda a parte e se actualiza neste ou naquele ser vivo conforme o habitat que lhe é oferecido. Aqui na Terra e por todo esse Universo onde haja condições de VIDA! Mas resposta àqueles PORQUÊS, e a tantíssimos outros que poderíamos formular, não cremos que o Homem seja capaz de alguma vez a dar. Mesmo que a sua inteligência atinja níveis de análise e conhecimento quase infinitos…

 

BOAS FÉRIAS! BOAS REFLEXÕES!

Nos tempos que correm, precavendo-nos contra esse meio-ser (por só existir acoplado a uma célula alheia) mas cujo ADN é provido de inteligência suficiente para criar mutações e baralhar os dados dos seus predadores que criaram vacinas para o aniquilar (os humanos) e que dá pelo “simpático” nome de… Covid!

Mais um… MISTÉRIO? Ou a BELEZA da VIDA a manifestar-se?!

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Divertimento intelectual para férias 1/2

 

Tema de reflexão:

“Da irritante contumácia dos números que arrasam a nossa capacidade de percepção, à inenarrável beleza/mistério do ADN” – 1/2

 Analisando desapaixonadamente conceitos e filtrando-os à luz da Ciência, tentando encontrar provas para credibilizá-los, concluímos:

Os números universais que avassalam a mente humana que consegue construí-los e, em parte, percepcioná-los, não deixam de ter tanto de beleza como de perplexidade.

É que, ora nos levam para descomunais dimensões, indo do átomo ao Universo ou… Pluriversos, tudo se movendo num Espaço que aponta o infinito…, ora nos reduzem à nossa mais insignificante insignificância, arrasando todo o nosso possível orgulho de pensarmos que já sabemos muito sobre a matéria e a energia que se revelam em movimento e em VIDA, nessas descomunais dimensões, quer temporais quer espaciais!

Dos números:

Apenas, os mais significativos:

1 – Na Terra, que existe há cerca de 4.5 mil milhões de anos:

1.1  – Milhões de milhões de milhões de milhões… de átomos que compõem a matéria existente, animada e inanimada, toda ela energizada em acto ou em potência.

1.2  – Milhões de milhões de formas de VIDA, tendo começado a existir há cerca de 3.5 mil milhões de anos, e nas quais se veio muito recentemente, e por evolução, (há apenas c. de 5 milhões de anos) incorporar a espécie humana, espécie que ronda os oito mil milhões de indivíduos, actualmente.

1.3  – Milhões de milhões de átomos e moléculas que compõem cada exemplar das espécies vivas mais sofisticadas. No Homem, só o seu cérebro é composto por cerca de cem mil milhões de neurónios e suas sinapses. Um assombro de “tecnologia” pensante, emocionante, dialogante, dançante…

2 – No Universo, que existirá há cerca de 13.7 mil milhões de anos, aceitando-se como válida a teoria do Big Bang:

2.1 – Em relação a toda a matéria que compõe o Universo, a Terra é um minúsculo pontinho, planeta de uma estrela que dá pelo nome de Sol, na Galáxia Via Láctea que terá mais de 100 mil milhões de estrelas semelhantes a esse Sol, havendo nela estrelas que têm uma massa centenas de vezes superior, tendo, dentro das dezenas já identificadas, a maior – a VY Canis Majoris que fica na constelação de Cão Maior – 2100 vezes o diâmetro do Sol. Uma enormidade de luz e calor!

2.2 – O Universo conhecido é composto por milhões de Galáxias semelhantes à Via Láctea, cada uma comportando milhares de milhões de estrelas: Andrómeda – a mais próxima da Via Láctea, a dois milhões de anos-luz de distância – terá o dobro de estrelas, ignorando-se completamente a sua composição interna, a nível de estrelas e seus planetas, potencialmente cheios de VIDA, com formas semelhantes às que conhecemos na Terra.

2.3 – Outros astros – número totalmente desconhecido! – compõem o Universo pretensamente conhecido ou… observável: cometas, nebulosas, constelações, buracos negros (supondo-se que os centros das Galáxias o sejam)... E dizem os entendidos que este Universo observável/estudável, porque visível, sendo luminoso, representará apenas 4 a 5% de toda a matéria/energia que compõem o Universo total, sendo a restante matéria “escura” por não visível. Inconcebível grandeza! Impossível de conceptualizar, tanto em números como em espaço ocupado! Um total MISTÉRIO que duvidamos que alguma vez o Homem consiga desvendar.

2.4 – Também as distâncias entre astros são absolutamente inconcebíveis, embora se possam calcular com aproximação, analisando a cor da luz irradiada, indo do azul para o vermelho. Tudo medido em anos-luz. Já referimos a distância entre a Via Láctea e Andrómeda: dois milhões de anos-luz; e para ir de uma ponta à outra da Via Láctea, seriam necessários cem mil. Para gáudio do olhar, traduzamos em zeros: 100.000 x 9.460.800.000.000 Kms (1 ano-luz) = 946.080.000.000.000.000 Kms (sendo 1 ano-luz = 300.000Kms/s – velocidade da luz – x 60 s x 60 m x 24 H x 365 d = 9.460.800.000.000). Aliás, em termos humanos, e atendendo à sua massa corporal que apenas suporta, e em condições especiais, velocidades a uns milhares de kms/h, estamos mesmo perdidos no Universo: a estrela mais próxima do Sol, a Próxima Centauri, que não sabemos se tem planetas habitáveis, está a 4 anos-luz, ou seja, c.36 triliões de Kms.

Ó meu Deus, o que seria para um humano, viajar à velocidade da luz e levar cem mil anos para atravessar a Galáxia, Galáxia onde um dia apareceu, dispondo ele apenas umas décadas de anos de vida! Como nos sentimos reduzidos à nossa tão insignificante insignificância!

Só nos resta sentir que somos/existimos e – fantástico! – que somos capazes de pensar tudo isto…

No entanto, sejamos realistas: o Homem, composto de matéria orgânica pesada, nunca poderá pensar deslocar-se à velocidade da luz. Mesmo que, pela Física Quântica, se transforme em energia pura, perdendo toda a massa, reconstruindo-se, depois, num qualquer outro lugar do Universo. Obviamente, impossível de concretizar. E já alguém “aventou”, brincando, a hipótese de, uma vez transformado em energia pura, viajar à velocidade do pensamento…

Enfim, talvez, devido à capacidade do cérebro humano em descobrir segredos da matéria, cérebro que está em contínua evolução, daqui a mil ou dois mil milhões de anos, o humano seja capaz de conceber e realizar tal projecto… e espalhar-se como ser vivente por esse Universo cujo fim se desconhece totalmente, antes do fim da vida da Terra – 4.5 mil milhões de anos – fim anunciado com o acabar do Sol que, nessa data, terá esgotado toda a sua massa ardente de hidrogénio.

Estamos convencidos, já que o Universo está em expansão contínua, que um dia chegará ao ponto de ruptura e regressará à “bola inicial” para um novo Big Bang, alimentando-se um ciclo infinito de Big Bang-Big Crunch.

Na verdade, a realidade é que tudo se move e continuadamente, sem haver sequer um momento de paragem. Do átomo ao micróbio, ao animal, à planta, à estrela, à galáxia, ao Universo. Tudo se transformando, nada se perdendo porque não teria lugar onde ficar, tudo parecendo ir do mesmo ao semelhante ao mesmo, mas nunca igual, através do Diverso. Nós também, metidos que estamos nesta fantástica e misteriosa engrenagem.

Então, o grito para o SER humano inteligente será:

CARPE DIEM! GOZA BEM CADA MOMENTO DA VIDA QUE É SEMPRE ÚNICO E IRREPETÍVEL! SE O PERDERES, PERDE-LO PARA SEMPRE…

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 319/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 14/?

 (Para um melhor acompanhamento da análise, pedimos a paciência de relerem o texto anterior)

– É! Que alimento é esse que dura para a vida eterna? Quando é que o Filho do Homem nos vai dar tal alimento, dando-Lhe o Pai tal poder? O que é realmente a vontade de Deus: acreditar num Filho que não sabe dizer senão que temos de acreditar nele porque foi enviado pelo Pai? Mais uma vez, palavras apenas?

E quem entenderá o que é realmente aquele pão descido do Céu? Quem?

E o que é ir a Jesus para nunca mais ter fome nem sede?

E quem é que o Pai vai dar a Jesus, não podendo este rejeitar nenhum deles porque não vem fazer a sua vontade mas a vontade do Pai? Que Filho de Deus é este que não pode ter a mesma vontade do Pai, com o qual tem de fazer uma… unidade? Senão, teremos dois deuses: um Deus-Pai e um Deus-Filho (o que contradiz toda a teologia cristã…).

E como é que Jesus iria perder algum daqueles que o Pai lhe dera, sendo ele Deus-Filho? E como vai ressuscitá-los no último dia - que também não sabemos quando é - e levá-los para a vida eterna?…

– Como Jesus insiste, voltamos a perguntar: “O que é realmente o pão descido do Céu? Como poderemos comer dele para nunca mais morrermos, como os nossos antepassados, se não sabemos que pão é? Se Jesus Se ficou pelas palavras?…”

Enfim, como Se afirma Filho de Deus, afirma-Se como o único que viu o Pai… Como poderemos acreditar neste Jesus que assim Se afirma, com tanta convicção mas apenas por… palavras?

– Maior confusão-enigma ainda: o pão que Jesus dá é o seu próprio corpo…

E quem não comer da sua carne e beber do seu sangue, não tem a vida eterna!… O que é realmente comer da carne e beber do sangue de Jesus? Quem no-lo poderá dizer? Porque não falou Ele claramente? Ou… pensou que falava claramente…?

– Não! Também os que O ouviam não entenderam. Também muitos dos discípulos desacreditaram de Jesus! Oiçamos: “O que Ele diz é difícil de aceitar. Quem pode continuar a ouvir tais coisas?” (Jo 6,60)

– Jesus ainda esboçou uma explicação: “Escandalizais-vos com as minhas palavras? Que direis então se virdes o Filho do Homem voltar para o lugar de onde veio? O que dá a vida é o Espírito; a carne não serve para nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida. Mas entre vós, há alguns que ainda não acreditam. (…) É por isso que Eu disse: ‘Ninguém pode vir a Mim se isso não lhe é concedido pelo Pai.’” (Jo 6,61-65)

– Perceberam melhor? - Nós, não! Os do seu tempo, também não: “A partir desse momento, muitos discípulos voltaram atrás e já não andavam com Jesus. Então Jesus disse aos doze: «Vós também vos quereis ir embora?» Simão Pedro respondeu: «A quem havemos de seguir, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna. Agora nós acreditamos que Tu és o Messias, o Enviado de Deus. Jesus disse-lhes: «Não sois vós os doze que Eu escolhi? Apesar disso, um de vós é o demónio.» Jesus falava de Judas (…) que O iria atraiçoar.” (Jo 6,60-71)

(A análise deste abandono dos discípulos, fá-la-emos no próximo texto.)