Tema de reflexão:
“Da irritante contumácia dos números que arrasam a
nossa capacidade de percepção, à inenarrável beleza/mistério do ADN”
Único para cada ser vivo. E
cada ser vivo parece viver com dois objectivos: 1 – sobreviver e viver todo o
tempo que o seu ADN lhe determinou à partida; 2 – transmitir esse seu ADN a
novas gerações, para que a espécie, uma vez existente, não se extinga. Tudo em
perpétuo movimento, em perpétua mutação, em perpétua transformação, diríamos
também, em perpétuo aperfeiçoamento, apesar de, por vezes, haver mutações,
malformações, desvios desagradáveis da norma-padrão. Tudo dependendo do habitat
espácio-temporal, do gelo ao calor extremo, o que exige adaptações, muitas
espécies se extinguindo, outras aparecendo por derivação/adaptação e todas elas,
na luta pela sobrevivência, criando mecanismos de defesa dos predadores, os
mais sofisticados, seja fungo, animal ou planta.
Funcionalismos à parte, a
inenarrável beleza/mistério do ADN está na sua complexidade, na sua variedade,
na sua capacidade, na sua origem…, levando os dados a crenças a afirmarem que
só Deus – ou uma Mente Superior – o poderia ter criado e ofertado às espécies
vivas na Terra e no Universo, onde, sem dúvida, haverá inúmeras formas de VIDA
iguais ou semelhantes às da Terra. É que, sendo a Terra um minúsculo pontinho
azul perdido no Universo, não há nenhuma razão para julgarmos que só ela é
detentora de vida. Uma irracionalidade contra todas as leis das probabilidades…
1 – Complexidade
É imaterial, embora seja
criado no acto do nascimento, melhor, no acto da concepção, seja animal, seja
planta ou outro qualquer ser vivo. E nesse acto vital, em que duas partículas
vivas mas de sinal (género) diferente se juntam, é transmitida toda a carga
genética própria de cada espécie, havendo, no entanto, ao longo da vida, possibilidade
de mutações/aprendizagens que ditam a sua própria evolução.
Um assombro que nos leva a
perguntar: “Como surgiu o primeiro ADN? Houve apenas um ADN inicial do qual
derivaram todos os outros, diversificando-se espontaneamente, conforme as
circunstâncias espácio-temporais onde apareceu? E como é que uma partícula viva
transmite, utilizando o suporte matéria, essa mesma vida, ou seja, o seu ADN
animado? E – assombro dos assombros! – leva os dois géneros a unirem-se em tal
acto, através da atracção sexual para os animais, ou através do chamamento dos
insectos a alimentarem-se na corola das flores e fazerem a polinização, ou, nas
herbáceas, criando também rizomas para propagarem a sua espécie mais
eficazmente? Ah, que beleza, que complexidade e que… inteligência se manifesta
em todos estes actos de perpetuidade!
Tudo depende do modo como percepcionamos a realidade em que nos movemos, do
átomo ao Universo, aos elementos da Tabela Periódica, questionando a sua
origem. O caso do ADN é exemplar para a afirmação/aceitação de uma Mente que o
tenha criado. Mas como definimos essa Mente? Como e onde colocamos a criação do
ADN em geral e do ADN próprio de cada espécie de ser vivo, a cada concepção?
Eis uma possível explicação sem atropelar qualquer método científico:
Deus – O TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, MATÉRIA E ENERGIA (e não esse SER que
remonta ao imaginário da nossa infância bíblica, devido à religião em que nascemos:
um velho venerando de longas barbas brancas, abraçando um suposto Filho através
das asas de uma pomba, um suposto Espírito Santo…) – Deus manifesta-se em cada
partícula existente, quer de matéria quer de energia. O ADN será essa parte de
Deus que cada ser vivo possui, sendo o ADN Geral energia disponível e o ADN Individual
de cada espécie a energia que a move e que aparece no nascimento, é utilizado,
aperfeiçoado e transmitido, enquanto vive, desaparecendo com o desaparecimento
do seu suporte material: o corpo.
Aí residiria a beleza última do ser vivo: ser partícula divina! Fantástico,
absolutamente fantástico!
2 – A variedade – Quantos
milhares de milhões de biliões de espécies vivas haverá, na Terra e no Espaço
cujo fim não se consegue percepcionar? – Na Terra, presume-se ter-se já contabilizado
um terço ou um quarto das existentes. No Espaço sem fim, obviamente, apontar qualquer
número seria absolutamente ridículo.
3 – A capacidade – Espantosa!
Quer reprodutiva, quer de adaptação ao meio para a sobrevivência. E é nele que
residem e é dele que dependem todas as características psicofísicas do ser
vivo: diversos tipos de inteligência, emotividades, caracter, vontade, desejo,
luxúria, linguagem, o livre arbítrio…, sendo umas apenas específicas do Homem,
outras, observáveis em animais, fungos e plantas…
4 – A origem:
Divina? A tal Mente Superior
criadora? Ou resultante da complexa junção de certos elementos químicos que,
dispostos numa determinada proporção, sujeitos a determinadas temperaturas,
calor e humidade, da matéria inerte produziram vida, sendo capazes de se
replicar, transformando átomos inertes, embora cheios de energia, em células
vivas, estas, sim, já com o seu ADN?
Parece que as duas hipóteses
são complementares, admitindo que essa entidade divina, essa Mente Superior ou
esse TODO ONDE TUDO SE INTEGRA tenha dado aos elementos químicos aquela
capacidade, naquelas circunstâncias. Afinal, qualquer ser vivo é matéria
energizada, um conjunto organizado (e que organização!) de elementos químicos
em movimento permanente, nunca sendo, desde que nasce, melhor, que é concebido,
exactamente igual a cada minuto que passa, até ao desenlace final… Sempre
transformando-se…
Lembremos que a energia que
tudo move, do átomo ao Universo, passando por todos os seres vivos,
integrando-os, é IMATERIAL e está disponível por toda a parte para ser captada
por qualquer elemento de matéria que tiver essa capacidade.
É: o ADN é
inquestionavelmente IMATERIAL. Aliás, como suposta partícula divina, não
poderia ser outra coisa… E se a MENTE SUPERIOR é o
TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, ESPAÇO E TEMPO, MATÉRIA E ENERGIA, cada espécie será
um conjunto de partículas divinas, umas imateriais outras matéria que será o
suporte visível das primeiras. Ambas de suma importância já que uma não pode
viver sem a outra, desde o acto concepcional. Assim, no nosso existir, assim, no
nosso desaparecimento, nós que pertencemos ao Tempo: com a morte do corpo, todo
o conjunto se acaba. E acaba-se para sempre, transformando-se noutra qualquer
realidade que já não nós!...
Que pena, não é?! Mas…
deixemos que um largo SORRISO nos inunde lábios e rosto. É que termos vindo à
VIDA e podermos pensar tudo isto… VALEU, VALEU mesmo A PENA!
Enfim, sabemos que a Terra,
se não for apanhada num qualquer cataclismo cósmico que a destrua, ainda viverá
os seus 4.5 mil milhões de anos. Ora a espécie humana, aqui chegada por
evolução de um ramo dos primatas, existe apenas há 4 ou 5 milhões. Então, como
será ela daqui a, por exemplo, mil milhões de anos? Que seres humanos haverá
então, se tudo está em contínua evolução, quer fora quer dentro da mesma
espécie? Isto se até lá o Homem não se auto-destruir com as suas ambições
desmedidas não olhando a meios poluentes que o matam para atingir fins de
ganância e de um suposto bem-estar que nunca poderá ser senão a prazo…
O ADN é a anima (alma/vida ou sopro vital) dos
latinos, a psyqué (espírito/razão e
emoções) dos gregos. Ele é afinal tudo num ser vivo qualquer que ele seja do
micróbio ou ervinha ao maior animal ou árvore existentes à face da Terra. É
tudo e comanda tudo no ser vivo. Mesmo o querer dos seres humanos e sua
capacidade de optar, de decidir.
Semente que caia à Terra ou
peixe fêmea que desove no mar, o ADN daquela tudo fará para dar nova planta,
flores e frutos com centenas de sementes…, o ADN deste que já “obrigara” à
criação das ovas, ”obrigará”, por impulso irresistível, o respectivo macho a
estar por perto e fecundar os ovos lançados na água, dando origem a milhares de
novos ADN, todos semelhantes e todos diferentes dos seus progenitores. E tudo
num ciclo irreprimível de perpetuidade da VIDA. E tudo se passando, no início,
a nível microscópico… Seja mosquito, seja elefante! Ah, que inteligência, que
força, que energia e … que BELEZA/MISTÉRIO a destes ADN!
Cada palmo de terra fervilha
de Vida. Cave-se e vários organismos visíveis aparecem; os apenas detectáveis
ao microscópio podem ser milhares. Todos com o seu ADN específico. Donde lhes
veio ele? – Desvendar a origem do ADN é como desvendar a origem da matéria e
energia que compõem o Universo. Para este, a explicação do Big Bang é um tanto
infantil: baseia-se fundamentalmente no facto observável de estar em expansão.
Mas… o que havia antes do Big Bang? Como se formou a tal bola gigantesca que
explodiu e lhe deu origem? Que tamanho tinha tal bola para conter toda a matéria
e energia que o constituem? Enfim, o que havia antes de tudo o que existe no
Espaço e no Tempo?
São perguntas a que ninguém
sabe – alguma vez saberá? – responder. A Ciência não é ateia, mas agnóstica:
não vai em crenças em poderes de qualquer divindade, simplesmente porque nada é
provável nesse domínio do dito sagrado; apenas suposições, fantasias, devaneios,
invenções, talvez sonhos ou desejos… E à Ciência só importa analisar e explicar
o existente partindo do mesmo existente.
Assim, na análise do ADN. Perguntas
poderemos fazê-las; respostas não conseguiremos obtê-las. Fica-nos o
maravilhamento perante tão enigmática REALIDADE à qual temos o privilégio de
assistir e na qual tivemos o privilégio de participar.
No entanto, temos
forçosamente de entrar em PORQUÊS: Porquê um ADN se exprimiu em elefante e
daquele modo ou figura? Porquê outro deu formiga trabalhadeira, animal simples
como a amiba ou complexo como o ser humano? E ainda outro deu micróbio, vírus,
bactéria… cada um com uma espécie de finalidade, melhor, de complementaridade
de outros seres vivos, dependendo todos uns dos outros? Porquê houve um ADN que
resultou em dinossauros, há muitos milhões de anos?
Realmente, parece que o ADN
está disponível em toda a parte e se actualiza neste ou naquele ser vivo
conforme o habitat que lhe é
oferecido. Aqui na Terra e por todo esse Universo onde haja condições de VIDA! Mas
resposta àqueles PORQUÊS, e a tantíssimos outros que poderíamos formular, não
cremos que o Homem seja capaz de alguma vez a dar. Mesmo que a sua inteligência
atinja níveis de análise e conhecimento quase infinitos…
BOAS FÉRIAS! BOAS REFLEXÕES!
Nos tempos que correm, precavendo-nos contra esse
meio-ser (por só existir acoplado a uma célula alheia) mas cujo ADN é provido
de inteligência suficiente para criar mutações e baralhar os dados dos seus
predadores que criaram vacinas para o aniquilar (os humanos) e que dá pelo
“simpático” nome de… Covid!
Mais um… MISTÉRIO? Ou a BELEZA da VIDA a manifestar-se?!