sábado, 28 de março de 2020

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 260/?


À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. MATEUS – 56/?

– “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Aqui está o essencial de toda a Lei.” (Mt 22,37-39)
 – Maior clareza não pode haver. Amar ao próximo como a nós mesmos também não é difícil de entender. Estamos ao nível do Homem… Problema é não sabermos o que é realmente amar a Deus. Muito menos o que é amá-Lo com a alma, o coração, o entendimento… e acima de todas as coisas.
– Talvez seja cumprir os Mandamentos… Mas cumprir os Mandamentos não é… amar o próximo? – Tal parece! – Então, não conseguimos chegar a Deus!… Não passamos do humano!…
– O poder de argumentação de Jesus é imbatível. Não sabemos se com a sabedoria humana se com a… divina! O que é certo é que, não sabendo os judeus argumentar, “Desse dia em diante, ninguém mais se arriscou a fazer perguntas a Jesus.” (Mt 22,46)
Louvamos ou… lamentamos? Também nós teríamos recuado e não colocaríamos todas as questões que nos atormentam, a começar por esta, ficando na total incerteza sobre a VERDADE que ansiosamente procuramos? – Não nos parece. Nem nós teríamos coragem de desistir, porque se trata da essência da vida das nossas vidas, nem Jesus teria a coragem, como homem e muito menos como Deus, de nos deixar assim nesta angústia de uma eternidade frustrada, envolta em total nevoeiro!
– “Deveis fazer e observar tudo o que os doutores da Lei e os fariseus dizem. Mas não imiteis as suas acções, pois eles dizem uma coisa e fazem outra.” (Mt 23,3)
– E continua denunciando vícios e corrupções de tais dignitários religiosos. Como Lhe poderiam perdoar tais verdades que os descredibilizavam aos olhos do povo sobre o qual “amarravam pesados fardos” (Mt 23,4)? Mas Jesus esqueceu-se que atrás nos recomendou que nem sequer seguíssemos o que tais senhores nos dissessem… (Mt 16,12)
– “Um só é o vosso Pai, Aquele que está no Céu. (…) Um só o vosso guia: o Messias.” (Mt 23,9-10)
– Aceitemos! Não sabemos é como é o Pai, nem como é o Céu, nem como seguir o Messias. Nem quem é realmente o Messias. Jesus não se tem revelado à altura de o ser pela falta de clareza em explicar-nos o seu Pai, o seu Céu, a sua eternidade…

sábado, 21 de março de 2020

Da necessidade racional em admitir uma INTELIGÊNCIA SUPREMA




A Ciência só se debruça sobre o que é visível e analisável

Assim sendo, ficam de fora todos os mistérios que nos rodeiam, na realidade que nos envolve, do átomo e seus elementos, ou mesmo as nanopartículas, até às nebulosas e aglomerados de galáxias. Do micro ao macro! Do inerte à VIDA! Vejamos:
1 – O Universo – A Ciência já fez a seu respeito descobertas fantásticas – algumas não universalmente aceites, diga-se! – como o Big Bang, o seu continuar em expansão, as inúmeras galáxias com os seus milhares de milhões de estrelas, as colossais distâncias que nos separam delas e as colossais distâncias que separam estrelas e galáxias umas das outras, as colossais dimensões dos astros já conhecidos e sua diversidade – diversidade que parece estar sempre em contínua renovação/transformação – a relação entre Espaço e Tempo, energia e matéria, etc., etc., revelando-se a Terra – a nossa “casa” – como um minúsculo ponto azul perdido na ponta de uma dessas galáxias e sem qualquer interesse para o mesmo Universo. Mas falta-lhe responder a perguntas cruciais e absolutamente determinantes para sossegar o nosso espírito inquisidor. Eis algumas: 1 – O que havia antes do Big Bang? 2 – Em que tipo de espaço estava tal núcleo-base da matéria que explodiu, no Big Bang? 3 – Se este Universo observável, onde vivemos, está em expansão, até onde expandirá e o que acontecerá quando atingir o limite: haverá Big Crunch, voltando tudo ao mesmo, através do diverso, num eterno “jogo” Big Bang – Big Crunch? 4 – Sendo o Tempo apenas para os elementos vivos ou não vivos que um dia começam e noutro acabam, o Espaço onde tudo se processa e onde tudo existe – matéria e energia – é infinito? Se não é infinito, o que há para além dele? 5 – Matéria e energia existiram desde sempre e existirão para sempre, sendo infinitas num espaço também infinito, e sempre em perpétuo movimento? 6 – Haverá Pluriversos? Em número infinito? 7 – Neste Universo observável, quanto será de matéria visível (pois irradia luz) e de matéria não visível ou negra (por não emitir luz)? 8 – Como “surgiram” as leis que, aparentemente, regem o Universo? 9 – Quantos planetas haverá, neste Universo – ou nos incontáveis Pluriversos – que tenham VIDA semelhante à existente na Terra, já que terão exactamente as mesmas condições “felizes” para que ela brotasse como brotou na Terra? E que tipos de VIDA? E com que ADN?
É: faria “muito jeito” haver uma INTELIGÊNCIA SUPREMA que, tendo criado/arquitectado tudo isto, fosse resposta para tanta pergunta, resposta para tanto mistério a que a Ciência nunca responderá e que satisfizesse a nossa racionalidade!
2 – Os seres vivos, o seu genoma e o seu ADN – A Ciência descodificou muito recentemente o genoma e o ADN dos seres vivos. Mas deixou muito por explicar. Por exemplo: 1 – Qual o verdadeiro início do ADN, quando da matéria inerte brotou a VIDA? 2 – Como é que, no ADN, os seres vivos adquirem ou trazem consigo tamanho instinto de sobrevivência? 3 – Como se replica, no ADN, tanta informação e informação tão condicionada ao ADN antecedente? Tanto nos animais como nas plantas? – Nos animais, temos a saga da reprodução: junção de dois microscópicos elementos com toda a informação necessária e diversificada para que o novo ser surja em toda a sua plenitude, com todos os seus múltiplos complexos órgãos a funcionarem sincronizadamente, seres todos diferentes embora semelhantes dentro da mesma espécie, etc., etc; nas plantas, a complexidade não será tão grande mas é notável: que flores, meu Deus, e que cores e que interdependência de insectos que delas se alimentam, polinizando-as, fecundando-as… Fantástico! E ainda várias outras formas de se perpetuarem e se multiplicarem, sempre lutando pela sobrevivência, brotando até nas pedras da calçada… 4 – Embora o ADN pareça ser manipulável em laboratório, alguma vez se terá resposta para a sua real complexidade e… mistério? 5 – Na evolução dos seres vivos, apareceu, na espécie dos primatas e apenas há uns poucos milhões de anos, o Homem, ser dotado de inteligência racional e emocional e dotado de consciência de si, percepcionando o Bem e o Mal. Pelo princípio evolucionista, prevê-se que todos os seres vivos continuem a evoluir; o Homem também. Mas até quando e até onde e até que formas e capacidades inerentes à evolução, não é possível nem sequer imaginar ou fantasiar. É que a Terra e, nela, as espécies vivas, ainda durará uns 4.5 mil milhões de anos!
Então, é racional acreditar que tudo o existente vivo seja obra do ACASO EVOLUCIONISTA? – Custa a crer que tanta beleza e tanta complexidade o sejam!
Ora, se para explicação de tanto inexplicável, dá “jeito” haver uma INTELIGÊNCIA SUPREMA, que, racionalmente, se admita, sem crendices nem fés irracionais! Só assim, o nosso espírito, sempre inquieto na busca da VERDADE, sossegará!...
Enfim:
Não será fácil, devido às nossas profundas limitações, percepcionar, racionalmente, tal INTELIGÊNCIA. Poderíamos defini-la como O TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, MATÉRIA E ENERGIA, ESPAÇO – POR SER ETERNA – E TEMPO – POR SER INFINITA.
Magnífica solução para todas as nossas dúvidas existenciais e filosóficas, não?...

sábado, 14 de março de 2020

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 259/?



À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. MATEUS – 55/?

– Mais uma parábola que Mateus põe na boca de Jesus para tentar explicar o Reino de Deus: a do rei que prepara a festa de casamento do seu filho; no dia, os convidados apresentam desculpas para não vir e alguns até maltratam os empregados do rei que lhes anunciam que a boda está pronta. Mas há duas situações estranhas. Primeiro - contrariando a sua própria mensagem de amor - sanciona o “Olho por olho” dos judeus: “Agarraram os empregados, bateram-lhes e mataram-nos. Indignado, o rei mandou as suas tropas com ordem de matarem aqueles assassinos e de lhes incendiarem a cidade.” (Mt 22,7). Depois, não sabemos que pensar do castigo imposto aos que entraram sem o “traje de festa”: “Amarrai-os de pés e mãos e lançai-os para fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mt 22,13)
– Claro que os sem traje de festa serão os pecadores não arrependidos. O resto da história é que já não se entende. Na verdade, esta explicação - mais uma! - do que é o Reino dos Céus ainda nos confundiu mais.
– E ainda há o “Reino” - não menos importante! - do inferno com aquele choro e ranger de dentes…, acrescentando Jesus: “Muitos são chamados e poucos escolhidos.” (Mt 22,14). Nesta frase, cremos que Jesus manifesta uma certa frustração na sua missão de Salvador e Redentor do Homem, já que vinha para salvar o que estava perdido, melhor, todos os Homens, e não uns quantos poucos… escolhidos!
– Jesus volta a contornar outra cilada que os fariseus lhe armaram, interrogando-O sobre o imposto romano: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” (Mt 2,21) Obviamente, uma não-resposta! Não se percebe é porque não “conseguiu” escapar, mais tarde, à morte que Lhe impuseram, mesmo perante Pôncio Pilatos que exclama: “Nele não encontro culpa alguma. (…) Lavo as minhas mãos do sangue deste justo.” (Mt 27,24).
Repetir-nos-íamos e voltaríamos a pedir perdão aos que por tal se escandalizaram, se disséssemos que tal condenação parece ser “querida”, exigida por Deus-Pai que fez Jesus ali sofrer atrozmente no corpo e na alma… Um non-sense total!
Alma? A alma divina também poderia ter sofrido com a total injustiça que contra o Filho de Deus estavam cometendo os chefes do povo eleito, do povo de Javé-Deus, os chefes de Israel? – Outro mistério… e não pequeno!
–“Na ressurreição, os homens e as mulheres serão como os anjos do Céu. E quanto à ressurreição, (…) Deus não é Deus dos mortos mas dos vivos.” (Mt 22,30-32)
– Que afirmações! Que palavras de vida eterna! Temos vontade de saltar, de cantar, de dançar de alegria numa de total felicidade! Espectacular a afirmação de uma ressurreição! Espectacular a afirmação de que há anjos! Espectacular a afirmação de que seremos como eles! Espectacular a afirmação de que os ressuscitados serão vivos e não mortos! E agora? Que fazemos a tão espectaculares afirmações? Afirmações sem quaisquer provas humanas ou… divinas? Assim, que nos adiantam as palavras de Cristo - que tão bem soam aos nossos ouvidos! - se continuamos sem saber nem quando, nem onde, nem como? Ah, que pena! Que pena! 
Acerca dos anjos, já o dissemos: são figuras realmente simpáticas e amorosas, mas carecem de total substrato real. Nada prova que existam – Jesus limitou-se a afirmar a sua existência! – ficando-se pelo mundo da fantasia que é o Céu onde eles se “divertem” com Deus, servindo-O…

sexta-feira, 6 de março de 2020

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 258/?


À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. MATEUS – 54/?

– “Os cobradores de impostos e as prostitutas hão-de entrar primeiro que vós no Reino do Céu.” (Mt 21,31)
– Então, afinal, também eles, os escribas, sumos-sacerdotes e doutores da Lei, mesmo não acreditando, foram para o Céu, embora em último lugar? É que isto é muito real! Foi há dois mil anos com aqueles de que já nem dos ossos deve haver testemunho… Onde estão eles agora, e todos os outros antes e depois de Cristo que tal certeza manifesta da existência de um Céu? Onde? Ninguém nos responde? Como quer Jesus que acreditemos se Ele também não nos dá respostas?
Diga-se que é simpático da parte de Jesus referir as prostitutas como eleitas, apesar de terem vivido dos prazeres da carne, indo direitinhas para o seu Céu… E porquê?
– “Vós não acreditastes mas os cobradores de impostos e as prostitutas acreditaram.” (Mt 21,32)
– É: por terem acreditado, foram para o Céu! Basta então acreditar! Mas até que grau de fé? Até ao ponto de cumprir os Mandamentos ou até ao ponto de “Vai vende tudo o que tens…”? E quando acreditar? Durante quanto tempo antes da morte? Poderemos “divertir-nos” até… ao dia em que, pressentindo que os últimos fôlegos de vida se aproximam, erguermos as mãos ao Céu e amarmos os irmãos, dando esmolas do que acumulámos e que sabemos já não termos tempo para gozar?
– O pior é se nos passamos sem darmos por isso… “porque não sabeis nem o dia nem a hora pois o Filho do Homem virá como um ladrão…”(Mt 24,42-44; 25,13) Lá se vai a vida eterna por mais uns prazerzitos terrenos, numa efémera vida em que não acreditámos o suficiente ou o tempo suficiente…
– “«O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será entregue a uma nação que produzirá os seus frutos.(…)» Os sumos-sacerdotes e os fariseus compreenderam que Jesus falava deles e procuraram prendê-Lo mas tiveram medo da multidão, pois ela considerava Jesus um profeta.” (Mt 21,43-45)
– Continuamos sem entender estes doutores da Lei. Não sabiam eles de cor as Escrituras? Porque não quiseram ou puderam reconhecer neste Jesus, o Messias anunciado ao longo dos séculos? É que a multidão, a fazer fé em Mateus, já O reconhecera!…
E qual foi a nação a quem o Reino de Deus foi entregue? A ameaça concretizou-se? – Sobre tal importante assunto, nada nos é dito…
Aliás, continuamos sem saber – Jesus nunca é claro! – o que realmente é esse Reino de Deus e outras coisas essenciais em ordem à salvação, sobretudo: o que é e onde é o Céu, o que é ter Fé ou o que é acreditar e qual o real objecto da crença ou da Fé. E – não menos importante – durante quanto tempo temos de acreditar…