À procura da
VERDADE nos livros Proféticos
ISAÍAS – 1/17
- Da Introdução feita pelo “nosso” comentador,
depreende-se
que a actividade de Isaías ter-se-á desenrolado ao longo de
42
anos, desde 740 a.C. a 698 a.C. E afirma-se: “O verdadeiro
profeta (…) é aquele
que preserva a tradição autêntica do seu
povo, perdida ou deformada (…) ou
seja, o reencontro com o
verdadeiro Deus revelado a Moisés: Eu sou Javé, teu Deus,
que te fez sair da
terra do Egipto, da casa da escravidão
(Ex 20,2; Dt 5,6). Portanto, profeta
é aquele que se inspira na
acção libertadora do Deus do Êxodo e, a partir daí,
analisa a
situação presente e mostra o projecto de Deus quanto ao futuro
do seu
povo.” (ibidem)
- Comentemos também, questionando: Foi realmente
Deus que
disse “Eu sou Javé, teu Deus…” ou foi Moisés - perdoem-nos
a repetição
- que tal inventou, interpretando os seus sonhos,
dando, com o nome de Javé,
força à sua mensagem? Que melhor
modo haveria para levar todo um povo rebelde
mas crente
e supersticioso, a obedecer às suas normas? Assim, também, se é
o
profeta que “analisa a situação presente e mostra o projecto de
Deus quanto ao
futuro”, como se atreve ele a falar como se fora
Javé? Não será pelas mesmas
razões que levaram Moisés a dizer
que ouvira a voz de Deus dizendo: “Eu sou
Javé, teu Deus”?
Haverá algo mais convincente do que falar em nome de Deus?!
- “Escutai, ó céus; ouve ó Terra! É Javé que fala:
Eu criei e
eduquei filhos mas eles revoltaram-se contra Mim.” (Is 1,2)
- Javé que fala? Que presunçosa apropriação de Deus!
Que
descarado despudor! Este modo de falar dos profetas é
simplesmente
inaceitável!
- “Ai de vós, nação pecadora, povo carregado de
crimes, raça de
perversos, filhos renegados. Vós abandonastes Javé,
desprezastes
o Santo de Israel (…) Escutai a palavra de Javé, chefes de
Sodoma
(…) Que me interessa a quantidade dos teus sacrifícios? - diz
Javé. (…)
Lavai-vos e purificai-vos (…) Deixai de fazer o mal (…)
buscai o direito,
socorrei o oprimido, fazei justiça ao órfão (…). Se
recusardes, sereis
devorados pela espada. Assim fala a boca de Javé.
Como se transformou em
prostituta a cidade fiel! Antes, era cheia
de justiça; agora, está cheia de
criminosos!” (Is 1,4-21)
- Que em Jerusalém, imperava a corrupção, o crime, a
injustiça,
parece não haver dúvidas e bem merecia ser chamada de “prostituta”.
Mas, decerto, não é Javé mas o profeta que fala, tal constatando,
invectivando
tais costumes, “apropriando-se” novamente de Javé
para - como já dissemos - dar
força às suas invectivas, na boa
tradição bíblica em que Javé tudo explica, com
o prémio ou o castigo!
- A propósito, comenta-se: “ Para compreender estes
cinco capítulos,
é importante ter presente o contexto histórico. (…) Isaías
reage de
forma enérgica à disparidade social que se verifica dentro do seu país
e critica violentamente a falsa piedade e as práticas religiosas que
escondem a
opressão.” (ibidem)
- Tudo muito bem! Mas, que de divino tem um discurso
que qualquer
político de esquerda actual poderia ter num qualquer comício
de
campanha eleitoral? Porquê considerar um de inspiração divina, o
outro, simplesmente…
político? E é divino defender as minorias
contra os opressores? Ou é
simplesmente dar um lugar à justiça… entre
os homens?
Pensamento da semana:
ResponderEliminarA razão de todos os males do mundo, salvo as intempéries naturais, é o próprio Homem que, não vendo para além do horizonte das pequenas coisas – TER DINHEIRO e PODER, COMANDAR, ESCRAVIZAR – inventa e espalha guerras pelo mundo inteiro, exactamente porque se tornou escravo das pequenas coisas, pouco se importando com o sofrimento que, com tal atitude, causa ao seu semelhante. O essencial da VIDA passa-lhe ao lado… Que pena!
Talvez daqui a um milhão de anos, já consiga alargar os seus horizontes, sentindo quão grande é a sua pequenez face ao Universo e quão efémera é a vida que o sustenta...
Alarga já os teus horizontes!